segunda-feira, 27 de junho de 2011

[DICA] Trocando a bateria da BIOS de notebooks: compare as opções antes de pagar!





Neste post descrevo como troquei eu mesmo a bateria da CMOS (da BIOS) do meu notebook, já que os outros preços cobrados estavam fora da realidade. Custo final, R$ 6,00.

Meu notebook "normal" (o que não é um netbook) é um HP dv6120BR, comprado lá no início de 2007 (07 /04/2007, eu guardo notas fiscais). O fato é que depois de 4 anos a bateria do CMOS, memória que mantém as configurações da BIOS, acabou. Sintoma: quando a bateria principal morre ou é retirada, o que agora acontece  muito porque ela também já está fraca, perde-se a configuração do BIOS, a data, etc. Em desktops é fácil, basta trocar a bateria CR2032 que fica na placa mãe, uma bateria barata e um processo que dura aproximadamente um minuto, sem contar a abertura do gabinete, o que em desktops é geralmente fácil. Em notebooks eu previa que seria muito mais complicado, e foi. Muito do que vou dizer a seguir provavelmente se aplica a outros modelos de notebooks que não especificamente o hp dv6120br.

Em um notebook de 4 anos, e já tendo quase certeza da causa do problema, seria insano levar na assistência técnica. Quando tiver um problema realmente grave eu vou simplesmente descartá-lo (ecologicamente... ). Então a primeira decisão foi fazer eu mesmo. O primeiro passo é localizar a bateria. Já estava preparado para ter que desmontar tudo, mas por sorte a bateria do CMOS nesta máquina fica no compartimento de memória, uma tampinha que se abre na parte de baixo, tirando apenas dois parafusos. É uma bateria CR2032, como nos desktops, só que ao invés de ficar encaixada direto na placa, ela tem dois contatos com cabinhos que se ligam na placa, e os contatos são fixados na bateria e envoltos com uma cobertura de borracha isolante. Desconectei facilmente este conjunto da placa, e levei ao Centro do Rio para comprar uma peça igual.

Nas lojas do Centro, o susto. As duas lojas mais sofisticadas em que fui, especializadas em manutenção de notebooks, não vendem a peça, apenas fazem o "serviço", ao preço de R$ 120,00! E mais, colocando um selo de garantia na tampa do compartimento de memória, coisa que nem  a HP faz! De novo, seria insanidade entrar nessa. Encontrei uma outra loja que vendia a peça, por R$ 70,00. Muito melhor, ainda assim, no meu caso, acima do que eu quero gastar com um notebook velho. Fico pensando, em geral esta bateria da BIOS dura uns 3 anos ou mais, o tempo de uma máquina ficar obsoleta. Quem paga tanto para manter uma máquina velha?

Resultado, resolvi adaptar uma CR2032 comum aos cabinhos originais. Preço da bateria, R$ 6,00. Alegria de fazer você mesmo: Não tem preço ... :-) ....  Mas continue lendo, ainda tem alguns problemas a serem contornados. Primeiro, no conjunto original, abri o invólucro isolante, cortando pelo lado e tentando preservar ao máximo. A bateria aparece, bem como os dois contatos.  Achei que os contatos eram soldados na bateria, mas não são. Não existe solda, é um processo mecânico. Elas são fixadas como que por uma punção, que marca o contato e a bateria. Duas marcas de punção em cada uma. A próxima etapa foi retirar os contatos da bateria gasta. Se alguém por acaso for tentar algo assim (mexer com isso reque um pouco de habilidade com hardware, e não me responsabilizo absolutamente pelo resultado, é claro. Mas a rigor, qualquer um com coragem, paciência e habilidade manual poderia fazer.), anote antes a polaridade. No meu caso o cabo vermelho (positivo) estava ligado no lado liso e plano da bateria, marcado com o sinal (+)... como era de se esperar. Sim, parece totalmente óbvio, mas não sei com certeza se em todos os notebooks é assim. Vai que algum fabricante maluco usa cabos verde e azul, ao invés das cores padrão! Retirei os contatos com uma lâmina de canivete, devagar e com cuidado, de novo tentando não quebrar o contato delicado, e consegui removê-los intactos. Esta é a parte mais crítica, caso se queira preservar estes contatos. Se quebrarem será preciso improvisar outros similares.

O próximo passo, que achei que seria simples, era soldar os contatos na bateria nova. Não consegui. O metal da bateria não aceita solda, Tentei lixar mas não adiantou. Fiquei preocupado porque a bateria estava esquentando demais e poderia estragar, e desisti de soldar. A solução imediata: será que apenas por contato físico, fixando por fora, funciona? Não custava nada tentar. Coloquei a bateria nova, com os contatos na posição, dentro do isolante original, e amarrei por fora com fita isolante. Tentei puxar os cabos, de leve, mas não saíram. Recoloquei no notebook e testei. Note que ao recolocar é bom usar algum adesivo ente a bateria  e a placa, para que ela não fique solta. No original tinha uma pequena peça de espuma adesiva de duas faces entre a placa e a bateria. Eu até guardei esta espuma, mas como depois da remontagem da bateria a superfície ficou mais irregular, achei que a espuma original não ia dar certo. Então recoloquei usando um pedaço pequeno de fita adesiva enrolada sobre sim mesma, a cola para fora, mais ou menos o tamanho da bateria.

Para testar, basta retirar a bateria principal do notebook, e também o carregador, e esperar descarregar totalmente qualquer carga dos capacitores (alguns minutos), e então religar a máquina. Se não perder a configuração do BIOS está OK, pois este era o sintoma que falei no início. Meu resultado: comigo funcionou. Mas foi uma solução limpa e definitiva? Claro que NÃO. Tenho medo que com o tempo a fita isolante vá afrouxando, e abra o contato. Então vou ter que tirar a bateria e ajeitar. Mas isso me dá tempo para pensar em outra forma de fixar mecanicamente os contatos. De qualquer modo, se esse arranjo improvisado durar 6 meses estou considerando um sucesso total! :-)

Uma outra idéia que me ocorreu foi retirar o suporte de CR2032 de uma placa mãe (de desktop) quebrada, soldar os cabinhos nele, colocar a bateria normalmente  isolar com fita e colocar no lugar. Não sei se vai caber no no espaço do notebook, falta testar. Tenho uma placa mãe quebrada aqui que por acaso não joguei fora, a primeira dificuldade vai ser retirar o suporte de bateria intacto.

Mas uma coisa é certa, pagar aquele preço extorsivo para deixar um notebook velho funcionando, para mim nem pensar.  Mas como dica genérica, vale a pena comparar as opções. Apenas andando 5 minutos troquei o "serviço" (aspas porque chamar o ato de desconectar um cabo e colocar outro, processo que dura menos de um minuto, de serviço é supervalorizar demais!) de 120,00 reais por uma peça de 70,00, ainda cara na minha opinião.  Talvez se consiga a peça pronta por menos, e uma outra opção, a mais barata de todas, é fazer você mesmo.

Esta foi a terceira manutenção neste notebook, com a intenção de prolongar a vida útil. Na primeira aumentei a memória ( de 512 MB para 1.5 GB, colocando um pente de 1 GB no slot livre). Depois troquei o HD de 60 GB para 250 GB (porque este estava muito barato...), e agora troquei o CMOS. Nos três casos eu mesmo fiz e apenas em custo baixo, pois o notebook já estava obsoleto.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Windows Phone passando o iPhone em 2015? Será?

Depois do meu último post sobre as mudanças da concorrência no mercado de sistemas operacionais,  li uma notícia no portal G1 prevendo algo diferente, e achei interessante documentar aqui. Meu artigo não era especificamente sobre sistemas de smartphones, mas estava implícito nele que haveriam dois players principais neste mercado, e um deles seria a Apple. Bom, esta notícia do G1 aponta justamente para o contrário, com o Windows Phone passando o iPhone. Bom, eu continuo pagando para ver, apostando na situação que previ no post anterior. Quem será que leva, eu ou o IDC? Se este blog durar até 2015 farei um novo post "linkando" pra cá, só pra cantar vitória... :) Mas para não parecer uma aposta cega, ou uma previsão mística de vidente de fim de ano, segue a análise que fiz da situação.

Acho que o IDC está apostando na continuidade da configuração do mercado das últimas décadas, baseada no predomínio da Microsoft e da Intel. Estou vendo indícios de que esse predomínio está se dissolvendo. A MS  não tem sistemas de sucesso em tablets, e ainda vai enfrentar concorrência pesada em sistemas de netbooks  (do iOS, do Chrome e até do Android em alguns modelos menores, ver o Asus Eee Pad Transformer ). Já a Intel tem os chips ARM pela frente, nos smartphones, tablets e avançando nos netbooks. A própria MS já está portando o Windows para ARM. A última fronteira da aliança "Wintel" é a computação em estações de alto desempenho. Nas demais, o paradigma do cloud deve torná-los irrelevantes. Não que a MS e a Intel vão acabar, elas apenas não teriam o mesmo papel que tiveram antes. Com isso acaba o poder de forçar os rumos do mercado, mesmo quando tudo está contra, apesar dos erros cometidos.

Outra coisa que baseia minha previsão é que o mercado de aparelhos móveis não perdoa deslizes e não respeita nomes tradicionais, vide Palm OS, WebOS (link porque, apesar da história e relevância que tiveram, muita gente nem deve conhecer), Windows Mobile e Symbian. A Microsoft deixou o seu sistema móvel anterior morrer, e está fazendo um esforço incrível para ressuscitá-lo como Windows Phone. Ele está aí no mercado, mas até agora não decolou. A Nokia por sua vez fez algo parecido com o Symbian, que não acompanhou as demandas dos usuários e a evolução da concorrência, e agora já tem prazo para acabar. O acordo MS+Nokia é apontado como a salvação das duas... A Nokia espera lançar o primeiro smartphone com WP no final de 2011, o que nesta área é muito tempo. Até lá o Android continua crescendo. Já os usuários Apple são como torcedores de time, não costumam trocar de lado facilmente. Então para onde o Windows Phone poderia crescer?

Acho que não precisaremos nem esperar até 2015. Se o futuro smartphone Nokia com Windows Phone for lançado no fim de 2011 e não se tornar um sucesso ao longo de 2012, a Nokia, que já está tendo prejuízo, terá sérios problemas. Muito se falou do "plano B", mas ao que parece a Nokia está apostando tudo no WP. Se a Nokia falhar, e a estratégia da MS para o WP vai amargar um sério prejuízo também. Ou seja, o resultado da "aposta" sai em 2013, ou antes.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Chrome OS, iCloud e o novo Mac OS: a nova polarização da informática

O novo paradigma da computação em nuvens começa a aparecer de forma mais concreta aqui em terra firme, para os usuários finais. Neste último mês de maio vimos vários anúncios de produtos com o Chrome OS, o sistema operacional da Google para netbooks, que transfere a parte essencial do processamento para a nuvem. Não confundir com o navegador Chrome. Versões de teste distribuídas para desenvolvedores já estão rodando há bem mais tempo. O Chrome OS já está na mídia especializada desde o ano passado, mas nos últimos dias veio a apresentação do iCloud e do novo Mac OS (Lion), que para variar roubaram a cena. A Apple provavelmente terá um produto pronto antes, de novo "para variar". O iCloud é o sistema de computação em nuvem da Apple, onde são armazenados os arquivos remotamente, de forma transparente a todos os dispositivos da empresa: iPhone, iPad e Macs. Já o novo Mac OS vai agregar a forma de trabalho em nuvem do iPhone e do iPad (que usam o iOS), bem como elementos de interface com o usuário, unificando o ambiente de trabalho. Com isso a Apple tem uma solução completa e integrada.

Para a Google fazer o mesmo, quer dizer, ter uma plataforma única de smartphones, tablets e computadores acessando os serviços na cloud, antes ela precisaria emplacar o Chrome OS nos notebooks (e desktops).  A Apple neste momento tem uma grande vantagem por causa disso, pois bastará a atualização natural da base instalada de seus usuários de sistemas Mac OS. Em compensação, a Google terá a boa vontade dos demais fabricantes de hardware, que precisam de um sistema operacional para competir com a Apple, que produz seu próprio hardware . Neste caso eles podem escolher entre o Chrome OS,  o Windows x86, o Windows para ARM, o Ubuntu e o Meego. Todos esses se adaptariam a um netbook voltado para computação em nuvem. Mas se quiserem colocar um produto com o mesmo nível de integração com um sistema de aplicativos de nuvem e com diversos dispositivos, a única opção viável no momento é o Chrome OS, que já possui o Android na ponta dos smartphones e tablets, fazendo acesso aos aplicativos Google. A segunda melhor escolha seria o Windows, mas neste caso existem muitas incertezas: o Windows Phone ainda não emplacou no mercado, e não se sabe como seria a integração dele e do Windows PC com os sistemas em nuvem, e por fim, os sistemas em nuvem da Microsoft não são tão populares quanto os do Google.

Se o Chrome der certo, creio que o eixo de polarização nos sistemas para usuários finais deixar de ser Windows x Mac OS (nos computadores) para ser Chrome OS+Android x Mac OS+ iOS. A tendência de unificação das versões phone-tablet com a de notebooks e desktops em ambos os lados me parece natural também.  Então teremos algo como Google x Apple competindo em sistemas operacionais para usuário final e aplicativos em nuvem. Isso se a Microsoft, de alguma forma que eu não consigo imaginar ainda, não conseguir virar o jogo. De qualquer modo a questão é quem será a concorrente direta da Apple, que mesmo sem nunca dominar o mercado continua de alguma forma dando as cartas.


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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Participação dos browsers no mercado

O relatório abaixo tirado do site NetMarketShare mostra a situação atual do mercado de browsers. Por ele vemos que as diversas versões do IE estão ainda com aproximadamente metade do mercado, e que Firefox e Chrome somados já chegam a 30%, com 9.73% para o Chrome. Notar também que isso pode mudar em  breve, com a saída quase forçada do IE 6, que já não é suportado pela MS e nem por boa parte dos sites. A dúvida é se a MS vai manter estes 10% atuais do IE 6 ainda dentro do IE.