quarta-feira, 11 de abril de 2007
Análise: Notebook HP Pavillion dv6120BR
Faz alguns anos que eu me deparo com anúncios de notebooks voltados para entretenimento e para jogos. Sempre me pareceu uma barra forçada pelos fabricantes de notebooks para vender algumas unidades a mais para os usuários domésticos. E porque? Porque atualmente notebook e entretenimento simplesmente não parecem casar bem, não combinam. Por entretenimento hoje em dia pensamos comumente em músicas, videos e jogos. Para músicas seria interessante uma placa de som de alto nível e um bom conjunto de caixas de som, mas isso não faz parte de um notebook, que provavelmente nem virá com as saídas digitais e 5.1 (algumas motherboards top tem saidas 7.1, como a minha MSI K8N-Neo2 Platinum). DVD qualquer PC toca, mas para ver com conforto hoje em dia, se imagina logo uma tela grande. E colocar telas grandes em notebooks (17' ou mais) já foi feito, mas com isso se perde a principal característica de um notebook, a portabilidade. Para mim telas maiores que 15" em notebooks é uma distorção. E por fim, na área dos jogos, um ingrediente fundamental é a placa de vídeo de boa performance. E essas placas atualmente sâo conhecidas por duas coisas alem de gerar frames e polígonos em alta velocidade: consomem muita energia, que poder ser uma parte significativa de toda a energia gasta pelo PC (o motivo daquela ligação direta à fonte que toda placa de alto nível tem), e geral MUITO calor, que é compensado por coolers grandes, coloridos e bem decorados, que podem ocupar o espaço de dois slots de um desktop ... Bom, isso me parece o contrário do que se quer em um notebook, gasto de energia, pois a autonomia da bateria é essencial, e aquecimento, pois não existe espaço onde colocar coolers gigantescos, que por sinal também gastam mais energia.
A nVidia e a AMD (ATI) tem tentado, diga-se de passagem, criar chips para o mercado móvel. A nVidia tem processadores gráficos até para celular, visando o mercado de jogos para esses aparelhos, que para mim é mais supérfluo que os notebooks de entretenimento, mas isso já é outro assunto. O fato que temos esses chipsets para notebooks, mas que não chegam a uma fração dos chipsets de última geração para desktops. Algo normalmente denominado como "de entrada" do mercado de desktops, em notebooks é classificado como tecnologia para jogos... bom, é preciso reconhecer o esforço destas empresas em vencer este dilema, e também que um chip destes é melhor que um video onboard "genérico". E também oferecem uma alternativa a quem quer ou precisa comprar um PC portátil mas gostaria de poder rodar alguns títulos de jogos nas horas vagas, talvez não todos os últimos lançamentos e/ou talvez não com a mesma qualidade de uma placa voltada realmente para este fim. Algum dia isso deve ser resolvido, problemas técnicos sempre tem solução, e estes mesmo chips medíocres de hoje são muito bons comparados com os de um passado recente, o que é um bom indício!
Esses chips deram a chance a alguns fabricantes de produzirem alguns modelos em que se resolve em parte uma das deficiências dos notebook citadas no início, ou seja, falta de processamento gráfico, e vendê-los como máquinas para entretenimento. Existem modelos mais famosos como os da Alienware, com performence mais próxima a de um desktop, e também mais caros, além do tratamento visual. Nunca usei uma máquina dessas, mas parece que a autonomia das baterias é a última prioridade de projeto... Mas tem também os grandes fabricantes para as massas, Dell e HP, de olho no mercado de substituição de desktops nas residências, que é uma tendência mundial. O resultado tem que ser criticado com base nas considerações anteriores, ou seja, não dá pra comparar de forma justa com os desktops, e ninguém deve pensar numa maquina destas, hoje em dia, achando que vai obter o melhor resultado de todos nessas duas categorias: portátil e com capacidade de entretenimento. No máximo se obtém uma média nos dois, que pode ser o que algum comprador quer. Como exemplo vou ilustrar com um modelo à venda atualmente, por um preço razoável e com bons recursos nesse segmento, o hp Pavillion dv6120BR. Este notebook está sendo vendido a R$ 2.790,00 em grandes lojas e pelo site do fabricante, o que posiciona no mercado de notebooks mais baratos. No entanto possui recursos antes só encontrados em máquinas mais caras.
Começando pela parte gráfica, a que mais se falou até aqui. O chipset utilizado é um nVidia 6150 Go. Ele se situa entre os chips de performance média da série Geforce 6000. Sim, já não é um chip atual, estamos já na série 8000, mas tendo em conta o que foi dito antes, e que estamos analisando um notebook, e dos mais baratos, ele oferece a possibilidade de jogar até Doom 3 com razoável conforto (testei no singleplayer). A memória, também não é muita nem pouca: 512 Mb. Isso é o mínimo que se espera hoje em dia de uma máquina com o Windows XP. Por outro lado, o vídeo on board vai consumir parte desta memória: o gerenciador de desempenho aqui informa 490 Mb de memória física. Resumindo, um upgrade de memória de mais 512 Mb é indicado. Por sorte, ele vem com um slot de memória livre, e um pente DDR2 667 para note está custando em torno de 300,00 por aí. A capacidade máxima é 2Gb RAM, razoável até para o Windows Vista. Por sinal, o logo Vista Capable vem colado. Quem comprou este notebook até 15 de março tinha direito ao upgrade gratuito, mas agora só comprando uma licensa. Por sinal, em caso de uso do Vista o upgrade para 1 Gb deixa de ser indicado e passa a ser obrigatório.
O processador, um Semprom Mobile 3400+, rogando a 1.8 GHz, faz o que pode. Em diversas fontes na Web ele é descrito como em desvantagem de performance e de consumo de bateria com relação aos seus congêneres da Intel e da própria AMD (Turion). E parece que esquenta um pouco mais também. Mas ele está aí para baixar o preço final. O ponto positivo é que esta versão de Semprom M aceita instruções de 64 bits. Isto só foi incluído nos últimos modelos de Semprom. E permite uma futura instalação de Vista 64 bits ou linux IA64. Nos últimos tempos tenho adotado a filosofia de nâo priorizar processador nas configurações que monto para mim, pois percebo que investir em outros itens dá muito mais aumento geral de performance. Mas para ser imparcial nesta análise, o Semprom parece ser o ponto fraco do pacote (256 Kb de cache ...).
Mas vamos à parte interativa: teclado ABNT2 de boa qualidade (para um note), touchpad excelente, que pode ser desligado quando se usa mouse normal, bons controles por toque para volume e multimidia. O design é agradável, eu o acho muito bonito até, com os leds todos azuis e aquela grade de metal furadinha em cima. A tela, 15,4" Widescreen, é boa para ver filmes. Para ser sincero eu até preferia uma tela normal, pois o que menos faço com um note é ver filmes, mas para a maioria creio que isso é um ponto positivo. Com este formato por pouco este note não coube nas duas mochilas que eu tenho para transporte. E sobre essa portabiliade é que eu falava acima! Forcei um pouco e entrou, mas um 14,1" normal seria melhor. A documentação informa que o som é compatível com Soundblaster pro, o que é uma boa opção. A resolução nativa do LCD é 1280x800. A visibilidade é ótima, mesmo de dia. Por fim, gravador de CD/DVD ROM (combo), rede 802.11b/g, obrigatória hoje em dia, duas USBs.
Outros pontos desagradáveis, mas não elliminatórios: manuais apenas no tipo help. PDFs podem ser baixados do site. Impressos nem pensar. De um modo geral a documentação é ruim, o conteúdo parece ter sido mal traduzido, e a organização nâo é intuitiva. Fazer bons manuais dá trabalho. O pacote não vem com CDs de restore. O restore pode ser feito a partir de uma partição protegida no HD. Mas o manual (ou melhor, folheto) alerta para produzir os CDs de restore para casos mais graves. São 8 CDs! Podiam já vir no pacote, e em DVDs, para poupar trabalho ao usuário. Quanto será que 3 midias de DVDs encareceria o produto final? ... Uns 5 reais por unidade? Eu pagaria esses 5 para ter os CDs. Não consigo entender. E por fim, o Windows incluído é o Home edition, e não o professional, que seria mais interessante, mas também encareceria o produto.
Resultado final: vale a pena, contanto que se leve em conta duas coisas, o preço e as limitações, e se aceite que um é consquência do outro e que em alguns casos pode-se conviver com eles. Digamos por exemplo que surgiu necessidade de comprar um notebook, para uso normal de escritório: Textos, correio, navegação Web. Mas que você gostaria de nas horas vagas ver um DVD ou jogar um jogo casualmente, sem pretensão de ter uma máquina de alta performance neste momento para jogar últimos lançamentos com todos os efeitos ligados. Então este dv6120BR é uma boa opção. Lembrando que possivelmente você sentirá, a curto prazo, vontade de fazer um upgrade para 1 Gb RAM.
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Brasil Neo - TRACKBACK[...]
ResponderExcluir...Com a queda do dólar e dos impostos sobre os notebooks, os preços baixaram drasticamente... Notebooks que antigamente custavam 5000 reais, e eram meros sonhos atrás de vitrines, podem ser comprados hoje em dia por um preço muito menor...