Finalmente adquiri meu primeiro tablet, e depois de alguma pesquisa acabei comprando quase por acaso o Galaxy Tab 10.1 (modelo GT-P7500 com 3G). O Galaxy Tab nem estava entre os mais cotados na pesquisa, principalmente pelo preço nominal em geral maior que os outros, mas acabei achando uma loja vendendo por um bom preço e em 3 vezes no cartão de crédito sem plano de operadora. Não me arrependi, e neste post vou fazer um resumo do que estou achando do aparelho até agora. Acredito que foi uma boa opção para ter um aparelho de marca confiável, tela de 10.1" e ao mesmo tempo leve, e com conexão WiFi e 3G.
Impressão inicial
O aparelho passa uma boa impressão visual. É elegante e discreto, muito fino (ver foto a seguir, é mais fino que um lápis. A foto é minha: quis testar o que aparece na propaganda do site). No design externo parece não existir nada que não seja estritamente necessário, como vincos, protuberâncias, curvas, etc. Além disso ele é relativamente leve (565g). O que mais me seduz no GT-P7500 é justamente isso, um tablet de 10.1 mais leve e pequeno, muito confortável de segurar. Isso se encaixa plenamente no uso principal que tenho em mente, que é a leitura casual e navegação web, talvez algum vídeo mais curto, sentado no sofá da sala, num transporte, sala de espera, etc. O ato de segurar um objeto pesado para ler por alguns minutos acaba sendo incômodo, o que percebi imediatamente ao experimentar o Xoom (o primeiro). Por fora temos apenas dois botões físicos, o de ligar e o de volume. De interfaces, apenas a entrada de fones e do cabo de dados/carregamento. Duas câmeras uma traseira de 3.1 MP com flash LED e outra frontal, auto falantes estéreo laterais bem posicionados (na metade de cima, quando na posição landscape, que é a mais usada para videos) e microfone.
A Apple tinha razão?
Ao examinar mais atentamente o tablet não pude deixar de lembrar do processo Apple x Samsung na Alemanha, ocorrido ano passado. O Galaxy Tab é muito parecido com o iPad, para o bem e para o mal. Como já dito antes, ele é fino e leve como o aparelho da Apple, e tirando o botão frontal do iPad, visto de relance é quase idêntico. Mas infelizmente carrega algumas outras características do iPad que eu não acho tão desejáveis... Ele não tem portas USB no corpo do aparelho, a única interface é um conector proprietário, para um cabo proprietário, que termina em um conector USB para encaixar no carregador ou no PC. Igual ao iPad. Confesso que não tinha este detalhe em mente quando comprei, mas também não deixaria de comprar apenas por este motivo. Depois pesquisei e achei um adaptador USB (o fêmea) vendido separadamente por US$ 19,99, e que permite uso em host mode (ou seja, para alívio de alguns, pelo menos o sistema operacional está preparado).
A ausência das USBs pode ser até justificada pois traria um pequeno aumento de volume e peso, e neste ponto qualquer grama a mais pode fazer o aparelho passar do limite do conforto. Mais difícil seria justificar a falta do slot para micro SD, que não aumentaria quase nada o peso, mas de novo copiaram a Apple nisso: não tem. No meu caso não faço tanta questão do SD, inclusive já abri mão dele no smartphone também (o Nexus S), mas como o aparelho só tem 16 GB internos, não o acho indicado para quem quer carregar muita coisa ao mesmo tempo nele. Neste caso é melhor um dispositivo com 32 GB e/ou capacidade de expansão.
E novamente "copiando" a Apple, a bateria não é substituível pelo usuário. Isso não é um problema tão grave quanto parece, já que uma bateria destas dura mais de 2 anos sem problemas. O lado positivo disso é que a estrutura física necessária para acomodar uma bateria removível aumentaria o peso (perceba que baterias removíveis tem um invólucro de plástico rígido, encaixes mecânicos para ficar no lugar, conectores, etc, já a bateria interna não removível é uma espécie de saco plastico flexível colado na caixa e ligado por fios). Resta saber qual a dificuldade de trocá-la via manutenção, ou seja, abrindo o gabinete, já que no iPad se sabe que é muito alta (ou seja, alto preço de mão de obra). Quanto a isso não tenho muitas ilusões, tal como nos produtos da Apple, não encontrei um único parafuso de qualquer tipo no corpo do aparelho. Provavelmente não serei eu a tentar trocar a bateria, se é que alguém irá. Pelo custo de um serviço destes quando comparado a um novo aparelho, tenho dúvidas se ele vai durar mais que a sua própria bateria. Mas de novo, se este tempo for de 2 a 3 anos, está dentro do previsto. Quando este tablet já estará , espero eu, completamente obsoleto. Estranho já pensar nisso ao comprar algo novo? Procuro ser realista.
A versão do Android
O Galaxy Tab 10.1 vem de caixa com o Android 3.1, mas logo procurei atualizações nos menus de configuração e baixei a 3.2 (é preciso criar uma conta Samsung). Do ICS (o 4.0) no momento sinto falta apenas de poder instalar o Chrome para Android, que já tenho até no Smartphone (no Nexus S), e com isso sincronizar os favoritos. Ainda tenho esperança que a Samsung lance o 4.0 oficial, já que o modelo é relativamente recente (há 9 meses, considerando o mundo todo) mas já li que existe o CyanogemMod não-oficial. E a propósito, tem como desbloquear o bootloader e instalar recovery custom, root, ROM custom, etc. Não pretendo fazer nada disso tão cedo, já que meu objetivo é o uso diário. Mas quando (e se) a falta do ICS vier realmente a pesar, talvez acabe acontecendo...
Como não conheço o Honeycomb puro da Google não sei com certeza absoluta o que é ou não customização da Samsumg, mas não achei nada inconveniente na interface, que eu quisesse retirar. Existe no entanto um botão para screenshot da tela que fica muito evidente, tirei varias fotos da tela por engano até me acostumar com o ícone, que parece ser o de opções.
Quanto à compatibilidade dos apps que já usava no celular, uns 90% dos apps da minha conta rodaram sem problemas, alguns disseram não serem compatíveis com tablet, e um deles apresentou um modo de compatibilidade, ou seja, se expandiu para tomar a tela toda, mas ficou feio, aparecendo todos os pixels dos gráficos. Não faltam programas, mas nem todos utilizam bem a área de trabalho extra proporcionada pela tela maior. Alguns rodam mas os elementos ficam espaçados demais, sendo evidente que foi uma adaptação apressada. Pelo menos rodam e fazem a mesma coisa. Já outros parece que tem uma versão específica para tablet, e fica muito melhor.
Ainda sobre o Android 3.x, este foi um dos motivos pelos quais eu acabei descartando os tablets "xing-ling", que geralmente vem com o 2.x. Ao usar um pouco dá pra sentir que o sistema tem que se adaptar ao estilo de uso e dimensões de um tablet, ou seja, não recomento comprar um tablet com Android de versão menor que o 3, que não foram preparados tendo isto em mente. Fiquei aliviado por ter decidido assim, agora eu poderia estar bem arrependido quanto a isso!
Conectividade
Existe um software de conexão com o PC da Samsung, mas conectei o cabo na USB do PC (com Windows 8 CP) sem este software ou qualquer driver pré-instalado, e ele reconheceu o dispositivo e perguntou se queria acessar como dispositivo de midia ou de mass storage. Escolhendo esta última opção tudo se passa como um pendrive normal. A cópia de arquivos grandes foi bem rápida em modo USB 2.0.
O foco deste tablet no entanto é a Internet. Com 3G (850/900/1900/2100 MHz, compatível com todas as operadoras nacionais) e WiFi 802.11a/b/g/n, dificilmente se ficará offline, além do Bluetooth para os acessórios e dispositivos pessoais. A conexão HDMI requer um cabe opcional, que no meu caso nem vale a pena.
O uso
Mesmo com o uso contínuo e processamento pesado (videos, alguns PDFs com muitas figuras) o aparelho esquenta muito pouco, e apenas em uma região mais abaixo dos botões de ligar e volume. Esta era outra coisa que me preocupava no quesito conforto, tal como o peso, e só daria para saber usando por um bom tempo. Mas felizmente o Galaxy Tab se saiu bem nisso. Pensando bem, o que justifica um tablet é o conforto, senão eu poderia usar o netbook no colo e fazer quase tudo que se faz com um tablet. Então enfatizar este ponto nunca é demais.
O navegador nativo aceita flash e ao contrário do que li em alguns artigos pela Web, funciona perfeitamente, tão bem como no PC, inclusive os vídeos flv incluídos em páginas. Testei o navegador padrão, o Dolphin HD e o Firefox. Este último foi o mais estranho, o flash não estava instalado, mas também não me esforcei nem um pouco para colocar, mas o pior é como a interface é diferente em relação à versão de smartphone, que eu também uso.
Testei leitores de livros digitais, ele vem com alguns, inclusive um com assinatura trial para baixar jornais. Mas instalei e usei mais especificamente o Aldiko, pela facilidade de baixar títulos gratuitos (em inglês). Tentei usar o da Saraiva, e estava até disposto a comprar alguma coisa, mas nem o aplicativo nem o processo de compra me pareceram muito confiáveis. Também não entendi a limitação de baixar em 6 dispositivos! Mas enfim, isso já é outro assunto. O app do Kindle instalei mas não tive tempo de criar conta e usar. A leitura de PDFs depende muito do arquivo. Se ele for "pesado" (muitos gráficos), fica lento e até insuportável, mas fica lento em PCs também. Acho que livro eletrônico de verdade requer um formato próprio (como o ePub por exemplo). Além disso, depois de ler alguns jornais em meio digital, não vi nenhuma vantagem sobre os jornais ou sites de notícias em puro HTML que já estou acostumado a ler (se o conteúdo for o mesmo). Na realidade, é até bem pior! Ou seja, para jornais prefiro ler em um site web, se vai ser pago ou não é outro problema, e as versões digitais de jornais se mantém por puro saudosismo.
Testei alguns jogos 3D (por exemplo, o GT Free+ HD, um jogo de corrida 3D da Gameloft, o Star Legends, um MMO 3D) e a exibição de vídeos. O Angry Birds fica perfeito, uma vez que na tela do tablet dá pra ver a trajetória toda. Nos jogos o processador dual core Tegra 2 não permitiu lags, e percebi que a sensibilidade da tela é muito boa. Videos normais AVI e MP4, youtube e demais streaming embeded em páginas web rodaram sem problemas, bem rápido, e reconhecendo as legendas. A grande decepção veio ao tentar tocar videos de resolução maior (extensão mkv, de 720p). O player padrão pré-instalado sequer os reconhece, mas baixei outros dois players , os codecs e ficou bem lento, com lag. Não sei ainda se haveria como otimizar isso, mas esperava mais deste processador. E o pior é que ele está no nível dos demais concorrentes, ou seja, se ele não faz, qual tablet faria?
A bateria está durando bem, aguentando aproximadamente um dia, tenho usado no feriado/final de semana o dia quase todo. E isto tendo em vista que as primeiras cargas não são tão eficientes (em dois dias estou na terceira).
Acessórios
Para transportar e usar fora de casa fica evidente a necessidade de alguma capa. O adaptador USB citado antes pode ter também alguma utilidade para plugar um pendrive, mas não sei se o custo justifica, até porque a minha tendência é ir reduzindo o uso do pendrive e cabos. Por exemplo, as duas fotos no início deste artigo foram tiradas no Nexus S, compartilhadas quase imediatamente no Picasa (no Android isso é quase automático) e depois anexadas aqui. Sem pendrive, cabo, nada. Mas é certo que pode ainda acontecer do arquivo estar em pendrive, neste caso sem o adaptador se precisa passar por um PC antes. Outro dispositivo que gostaria de experimentar é o teclado da Samsung específico para este modelo (foto abaixo), até para ver a real utilidade deles em um tablet. Caso alguém tenha pensado nisso, não, eu não digitei este texto nele. O touchscreen é muito melhor que no smartphone (claro, teclas maiores), mas ainda inferior a um teclado físico de tamanho normal.
Especificações resumidas
Tela capacitiva de 10.1" (1200x800), processador dual Core Tegra 2 (isso não consta nos manuais nem no site, foi até difícil de achar, veja o link da wikipedia abaixo), 1 GB RAM, 16 GB de memória flash, sem portas USB e nem slot de expansão para SD. Android 3.1, com upgrade para 3.2 já disponível, câmera frontal e traseira, Bluetooth, WiFi (a/b/g/n), 3G (850/900/1900/2100, todas as operadoras nacionais), GPS, sensor de luminosidade.
Prós
- O preço relativamente mais baixo para um dispositivo com tela de 10", de marca e com conexão 3G
- Leve
- Design super fino
- Boa duração da bateria
Contras
- Sem interfaces USB
- Conector de dados/carregamento proprietário
- Sem slot para micro SD
- HDMI requer um cabo opcional
- Android 3.2 (por enquanto)
Links externos:
Wikipedia: Samsung Galaxy Tab 10.1
Samsung USB Adapter
Samsung Galaxy Tab 10.1 Keyboard Dock
sábado, 7 de abril de 2012
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Olá
ResponderExcluireu tb tenho um P7500 e estou com muita dificuldade em transferir arquivos em pdf do pc pra ele. O suporte da Samsung indicou (claro) o Kies. Não funcionou para o que eu preciso; só consegui transferir músicas e fotos.
Vc já testou o Kindle?
o que me recomenda?
Eu uso o Kies para transferir arquivos... se não for Windows 8, ele é a única forma de transferir usando o cabo. Mas consegui qualquer tipo de arquivo. Note que aparece um disco no Windows Explorer, como se fosse um pendrive. basta copiar os arquivos pra lá. Se tiver Windows 8 (a ser lançado, mas usei nas versões pré-release), não precisa usar o Kies.
ResponderExcluirO app do Kindle funciona bem no Galaxy Tab. Já testei colocar livros baixados (legalmente claro) da Internet. Existem titulos de dominio publico no formato do Kindle (mobi). E também existem programas que convertem de PDF para ele.
Tenho um P7500 e atualizei com sucesso para o Android 4.0 Jelly Bean.
ResponderExcluirVisite o link http://bemquevi.wordpress.com/2012/07/31/saiu-ics-android-4-0-4-para-galaxy-tab-10-1/
Segui as instruções elencadas no link acima e não houve nenhum problema.