domingo, 29 de abril de 2012

Samsung supera a Nokia e a Apple em smartphones

A Samsung superou a Nokia em fatia de mercado de smartphones, segundo notícia do G1 Tecnologia, e passou a Apple também. E não fico surpreso. Na realidade uma das apostas mais fáceis que já fiz na área de TI foi quando, no início de 2011, a Nokia anunciou estar adotando a estratégia de focar exclusivamente no Windows Phone. Minha previsão foi que eles iriam começar a encolher lentamente. Duas coisas me pareciam obvias: primeiro, que a Nokia não ganhava quase nenhuma vantagem real assumindo unicamente a plataforma da Microsoft em smartphones, em detrimento das suas duas outras plataformas próprias (Symbiam e Meego) e da possível adoção em paralelo do Android. E segundo, que onde a Nokia tinha mais força naquele momento era em feature phones ou telefones baratos, mercado que deve ser substituído por smartphones. Somando as duas coisas, a não ser que o Windows Mobile desse uma super virada de vendas em 2012, a consequência seria a perda de competitividade. E isso sabemos que não aconteceu, e dificilmente acontecerá. Se o Windows crescer a ponto de competir de verdade com iOS e Android, vai ser lentamente, ao longo de uns 2 anos. Ou isto pode nem vir a acontecer, se bem que também é difícil ver a Microsoft desistindo de um mercado tão importante.


Sobre o primeiro ponto, me pareceu loucura no início de 2011 e continua me parecendo agora que uma empresa do porte da Nokia apostasse tudo num único sistema não estabelecido no mercado, e já então com dificuldades de se firmar. Será que foi arrogância achar que com o peso do nome Nokia eles poderiam mudar o rumo das coisas tão rapidamente? Depois se soube que no acordo houve transferência de dinheiro da Microsoft para a Nokia, mas para os volumes de faturamento que estamos falando, a quantia em questão é irrelevante. Ou seja, me parece que o acordo é muito mais benéfico para a Microsoft. Seria mais lógico a Nokia fazer o que outras fabricantes de celulares fazem hoje, fornecem para mais de um sistema operacional. Meu conselho (hipotético claro, já que não espero que ninguém da Nokia leia meu blog... pior pra eles... ) seria terem mantido o Meego, não terem falado nada definitivo sobre o Symbian e adotasse o Windows Phone ou o Android como alternativas, ou pelo menos não descartar nenhum destes dois prematuramente. Eles fizeram o oposto: declararam que o fim do Symbiam seria a transição para o Windows Phone, terceirizaram o desenvolvimento do Symbian, puxaram o tapete do Meego, e ainda esnobaram publicamente o Android. Desde quando é sensato apostar em uma alternativa apenas? Agora veja a Samsung: eles vendem Windows, Android e Bada (o sistema próprio deles), por enquanto... Compra cada um desses sistemas quem quer, não é melhor deixar o povo decidir?

Sobre o segundo ponto, é só matemática. Onde eles vendem mais é justamente no mercado que tende a encolher, o de dumbphones e features phones (os celulares tradicionais, que não tem uma plataforma de desenvolvimento, variedade de aplicativos nativos, etc, ou seja, os que não são smartphones, no caso da Nokia leia-se S40 ou menos). Mesmo que a fatia da Nokia neste bolo aumente, o bolo em si está diminuindo em volume e preço unitário. Mas o mais engraçado é que continuam a campanha de marketing para vender telefones de 2 chips baratos. Aí fica difícil de entender quando um executivo diz que não vai vender smartphone Android porque ao competir num mercado saturado como o do Android não poderia oferecer um produto diferenciado. Ora, produto diferenciado só faz sentido se for para cobrar mais! A margem de lucro em dumbphones e featurephones assim tão alta? (mesmo eles sendo cada vez mais baratos?) Que mágica seria essa? E o pior, os smartphones com Windows Phone também estão saindo abaixo do preço médio, em parte também porque não estão vindo com uma configuração realmente top (cores, memória, câmeras frontais, telas grandes e etc). Isto desmonta qualquer argumento de que o objetivo era vender um produto diferenciado. Já olhando para a Samsung, eles vendem Androids baratos e caros. Aparelhos de 600,00 a 2000,00.

Concluindo, a Samsung fez o óbvio e deu certo. A Nokia embarcou numa estratégia arrojada e até agora não vi retorno positivo. Para o próximo ano minha previsão continua a mesma, ou seja, a Nokia perdendo terreno, mesmo que o Windows Phone consiga eventualmente firmar um market share razoável. Mesmo porque o Market Share do Windows Phone não será exclusivo da Nokia...

Mas não vou ficar torcendo pelo sucesso ou fracasso de empresas, elas é que tem que torcer para eu gostar das coisas que elas inventam.

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