sexta-feira, 10 de junho de 2011

Chrome OS, iCloud e o novo Mac OS: a nova polarização da informática

O novo paradigma da computação em nuvens começa a aparecer de forma mais concreta aqui em terra firme, para os usuários finais. Neste último mês de maio vimos vários anúncios de produtos com o Chrome OS, o sistema operacional da Google para netbooks, que transfere a parte essencial do processamento para a nuvem. Não confundir com o navegador Chrome. Versões de teste distribuídas para desenvolvedores já estão rodando há bem mais tempo. O Chrome OS já está na mídia especializada desde o ano passado, mas nos últimos dias veio a apresentação do iCloud e do novo Mac OS (Lion), que para variar roubaram a cena. A Apple provavelmente terá um produto pronto antes, de novo "para variar". O iCloud é o sistema de computação em nuvem da Apple, onde são armazenados os arquivos remotamente, de forma transparente a todos os dispositivos da empresa: iPhone, iPad e Macs. Já o novo Mac OS vai agregar a forma de trabalho em nuvem do iPhone e do iPad (que usam o iOS), bem como elementos de interface com o usuário, unificando o ambiente de trabalho. Com isso a Apple tem uma solução completa e integrada.

Para a Google fazer o mesmo, quer dizer, ter uma plataforma única de smartphones, tablets e computadores acessando os serviços na cloud, antes ela precisaria emplacar o Chrome OS nos notebooks (e desktops).  A Apple neste momento tem uma grande vantagem por causa disso, pois bastará a atualização natural da base instalada de seus usuários de sistemas Mac OS. Em compensação, a Google terá a boa vontade dos demais fabricantes de hardware, que precisam de um sistema operacional para competir com a Apple, que produz seu próprio hardware . Neste caso eles podem escolher entre o Chrome OS,  o Windows x86, o Windows para ARM, o Ubuntu e o Meego. Todos esses se adaptariam a um netbook voltado para computação em nuvem. Mas se quiserem colocar um produto com o mesmo nível de integração com um sistema de aplicativos de nuvem e com diversos dispositivos, a única opção viável no momento é o Chrome OS, que já possui o Android na ponta dos smartphones e tablets, fazendo acesso aos aplicativos Google. A segunda melhor escolha seria o Windows, mas neste caso existem muitas incertezas: o Windows Phone ainda não emplacou no mercado, e não se sabe como seria a integração dele e do Windows PC com os sistemas em nuvem, e por fim, os sistemas em nuvem da Microsoft não são tão populares quanto os do Google.

Se o Chrome der certo, creio que o eixo de polarização nos sistemas para usuários finais deixar de ser Windows x Mac OS (nos computadores) para ser Chrome OS+Android x Mac OS+ iOS. A tendência de unificação das versões phone-tablet com a de notebooks e desktops em ambos os lados me parece natural também.  Então teremos algo como Google x Apple competindo em sistemas operacionais para usuário final e aplicativos em nuvem. Isso se a Microsoft, de alguma forma que eu não consigo imaginar ainda, não conseguir virar o jogo. De qualquer modo a questão é quem será a concorrente direta da Apple, que mesmo sem nunca dominar o mercado continua de alguma forma dando as cartas.


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