sábado, 27 de abril de 2013
Nexus 4: review
A minha primeira impressão do Nexus 4, para mim que já tive um Nexus anterior com Jelly Bean, é que é o mesmo smartphone. E no meu caso era um Nexus S, de duas gerações atrás, e não um Galaxy Nexus. Isso era não só esperado como também um dos motivos de comprar um Nexus, ou seja, a integridade do Android "puro" do Google. Ainda assim causa um pequeno desapontamento para quem compra algo novo. Com o uso, no entanto, as diferenças começam a se firmar e mostrar as vantagens da nova versão do Nexus. Apesar do Nexus S ter sido minha primeira comparação, meu último aparelho anterior foi o Razr i (durante 4 meses), então farei mais comparações com ele.
Fazem agora mais de duas semanas com o Nexus 4, e já deu pra perceber que foi uma boa escolha, e pelo menos para o meu perfil de usuário, a melhor escolha possível. Ele funciona de forma confiável, sem alguns dos bugs de software do Razr i que me obrigavam a reinicializá-lo depois de alguns dias. A bateria de 2100 mAh está durando 2 dias com uso intensivo tranquilamente, e no uso geral, ele se mostrou confortável de usar e levar. Sendo fino e leve (139g), cabe no bolso da frente da calça sem se fazer notar mais que o normal. A propósito, o tamanho é um ponto a se comentar. A tela de 4.7" impõe dimensões externas maiores, no entanto o espaço entre a tela e as bordas é estreito, não tanto como o Razr i, mas deixando a largura total dentro do limite de uso (confortável) com uma mão. Aliás, pelo menos para meu tamanho de mão, perece que se chegou ao limite físico mesmo. Na realidade, o Razr i é sensivelmente mais agradável de segurar e usar por este motivo. Mas pensando no conforto global que inclui a tela maior para ver e com botões proporcionalmente maiores e mais espaçados, o Nexus 4 acaba sendo mais confortável. Mas isso depende do tamanho da mão do usuário. Se eu percebo que a minha mão está no limite do conforto, pessoas com mãos menores talvez estejam já esticando os dedos ou usando as duas mãos.
Ainda sobre o aspecto externo, o acabamento é muito bom, com vidro também na parte de trás. Isso torna o aparelho meio escorregadio em certas superfícies. Vi em alguns vídeos que em caso de queda, existe uma tendência estrutural do vidro traseiro quebrar em um dos cantos. Celular não é pra ficar sendo jogado, mas acontece. O pior é que em pouco tempo, já aconteceu com o meu, que caiu de aproximadamente 1,20 m em cima de um objeto de metal. Bateu justamente perto do canto, mas deixou só uma marca profunda na moldura, junto a um dos parafusos. Na realidade, ao pegar o Nexus 4, senti pela primeira vez a vontade de comprar uma daquelas capas de silicone, pois a impressão inicial é de ser frágil, pela quantidade de vidro, e também porque o vidro avança muito até a borda. Mas depois do que aconteceu, estou deixando isso de lado, mesmo porque é muito difícil comprar uma capa para este modelo em lojas físicas aqui no Brasil. Na internet se encontram algumas. A capa também iria esconder o trabalho artístico feito vidro traseiro, que é um dos pontos marcantes deste modelo. E iria esconder o nome "nexus"... :-)
A tela de 4,7" com 768x1280 pixels de resolução está acima de tudo o que eu já tive. Mas achava a do Razr i mais brilhante e com mais contraste. Acho que isso deve ser proposital, pois a do Nexus 4 me lembra muito a do S neste ponto. Há poucos dias descobri um pequeno inconveniente: sob a luz direta do sol, alguns pixels, regularmente espaçados em linhas formando um padrão, refletem de forma diferente (mesmo com o aparelho desligado). Isso incomoda um pouco, embora na prática seja raro usar sob luz direta do sol. A resposta da tela ao toque, que é um resultado não só da qualidade da tela como da capacidade de processamento e performance do sistema, é perfeita. De positivo sobre a tela, posso dizer ainda que ela quase não retém marcas de dedos, e nem o vidro de trás. Nunca usei película e nem pretendo usar, então isso é relevante para mim. Não gosto de jogar no celular, então não testei ao máximo o processador gráfico que vem no SoC, que as análises apontam como top. Para vídeos ele está até sobrando. E o melhor, com bateria para aguentar o processamento extra.
Não vou me estender sobre a capacidade de processamento do SoC, que é o "Qualcomm Snapdragon S4 Pro", quad core com 1.5 GHz. Ela é mais que suficiente, e parece estar sobrando, o que permitirá aproveitamento futuro com novas atualizações de sistemas operacionais e apps. 2 GB de RAM também é outro ponto forte das especificações. Isto é quanto tenho de RAM no meu notebook pessoal (já meio antigo é verdade, mas rodando Windows 8 bem) e no meu PC desktop do trabalho (que não é configurado por mim, claro, do contrário não teria só isso, mas para o básico, o fato é que este desktop funciona). O ponto é que 2 GB ser a mesma quantidade de memória em todos estes dispositivos é um marco atingido: o de que smartphones não são mais aquela plataforma cheia de limitações de quando o Android surgiu. A única especificação com a qual continuo implicando são os 16 GB de SD interno, e sem slot. 32 Gb seria um número melhor... é minha única crítica séria ao Nexus 4.
No fundo, comprei o Nexus 4 muito mais por causa do software do que do hardware. O Nexus S já não estava aguentando bem o Jelly Bean, e agora concordo com a decisão da equipe da Google que decidiu parar as atualizações para ele. No Nexus 4 o JB roda tranquilamente, e espero ainda receber as próximas versões. E a Motorola, apesar de estar sob controle do Google a tempos, continua lançando bons hardwares, com boa relação custo x benefício, mas com sistemas operacionais cheios de falhas e atualizações insuficientes. Algum dia talvez isso mude, espero mesmo que sim. Mas a verdade é que em poucos meses de uso do Razr i eu já estava sonhando com um CyanogenMod (que talvez demore ou nunca chegue pelo fato do processador ser x86). O hardware do Razr i rodava o 4.1.2 bem, mas as falhas de software que não são corrigidas tornam isso um grande desperdício.
Revendo o que escrevi acima, falta dizer que o Nexus 4 usa micro SIM (igual ao Razr i e o iPhone 4). O sistema de gaveta é igual ao do iPhone, e para retirar o chip se usa aquela pequena peça de metal. E outro detahe, o Nexus 4 não vem com fones de ouvido. Sobre o carregador, é bem compacto, mas acho estranho o ruido que ele faz quando se retira o smartphone do cabo antes de remover o próprio carregador da tomada de força. Ainda aguardando a venda do carregador sem fio por aqui.
Enfim, o Nexus continua sendo uma escolha racional para quem quer um Android sem customizações e com as últimas atualizações direto do Google. Em caso de acidente ou perda, compraria outro igual. Não tenho mais dúvidas quanto a que smartphone comprar no Brasil no momento, mesmo com outros aparelhos já tendo alguns itens melhores (4G, etc).
A grande mudança é que agora o Nexus não só é homologado pela Anatel, como é fabricado no Brasil, e por este último motivo não deve haver os problemas de estoque que estão acontecendo em outros países. Só espero que o Google e seus próximos fabricantes associados (Motorola? :-) ) mantenham a presença da linha Nexus por aqui.
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