As operadoras de Internet estão ameaçando de fazer valer as franquias de consumo de dados nos planos de Internet fixa, e introduzir as franquias na renovação dos contratos antigos que não continham esta cláusula. Muitas pessoas já fizeram as contas e entraram em desespero, concluindo que os planos divulgados, mesmo os maiores, não vão ser suficientes Que provavelmente gastarão muito mais ou ficarão sem Internet. E de fato, se levar em consideração o uso cada vez maior de streaming, download de jogos e etc, uma pessoa típica usuária desses serviços ira estourar facilmente 130 GB de dados por mês do plano top. Neste momento entraria um consumo reduzido ou corte, ou pagamento de pacote adicional. Realmente, dito assim, é um retrocesso: vamos ter que voltar a assinar TV a cabo? Deixar de ver Youtube? De fato, esta perspectiva é desanimadora sim, e se tomarmos a base de preços de hoje, fica muito mais caro ter Internet. Aí entram oportunistas de plantão levantando bandeiras políticas, conclamando seguidores em redes sociais para a causa da "Internet livre", que me parece muito similar às manifestações por tarifas de transportes públicos mais baratos (ou gratuitos). Uma "causa" que só leva em conta o efeito final, que é o preço do ticket a pagar, e não todo o resto que está envolvido (inflação, custos, negociação, competição de mercado, regulação do estado, qualidade do serviço,etc.). De um lado empresas querem lucrar cada vez mais, e de outro consumidores querem mais qualidade por um preço menor, e no meio o governo deve zelar para que o relacionamento entre os dois seja justo, sem abusos de um deles, e que entrem em vigor as leis naturais de mercado. E se for assim, do ponto de vista do consumidor, me parece que não há tanto motivo para desespero. Temos, como consumidores, um bom cacife nesta negociação, mais poderoso que discursos indignados em redes sociais. Atenção, nada está garantido, mas as perspectivas são muito melhores do que os alarmistas e sensacionalistas fazem parecer. Vamos analisar porque.