terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Quais os requisitos essenciais em um smartphone intermediário?

Quais os requisitos que não podem faltar em um smartphone para ter uma boa experiência de uso? Porque mirar em um smartphone intermediário em geral é a melhor opção? 9 pontos a serem considerados na compra do seu próximo telefone.

A solução mais imediata para se obter a melhor experiência com um smartphone é a compra do modelo topo de linha. Supostamente ele virá com tudo de melhor que está disponível. E também com uma etiqueta de preço muito acima da média. Essa ideia é cultivada pelo senso comum, mesmo por quem não pode ou não costuma consumir nesta faixa. Será que é necessário mesmo? 

Atualmente eu me sinto relutante à ideia de comprar um smartphone top (tipo Galaxy S novo ou iPhone), pois a diferença de preço, para mim, não se justifica. Um celular top se justifica para quem tem uma condição obrigatória, a de ter muito dinheiro sobrando a ponto do preço ser irrelevante, e uma das duas outras condições opcionais: necessidade de ostentação, a mais comum,  ou quando se é realmente um entusiasta que entende os detalhes técnicos que normalmente passariam despercebidos à maioria, ou quando os atributos técnicos irrelevantes para a maioria (super câmera, alto processamento para jogos) possam ser úteis.  Eu já não tenho a primeira condição obrigatória, poder eu até poderia comprar, mas o custo adicional faz diferença sim. E nenhuma das duas condições opcionais: não jogo no celular, não preciso de performance extrema, tiro fotos básicas... Em princípio até um celular de entrada atenderia. Mas nos testes de uso diário ficou evidente que não. 

O que eu resolvi listar foram os requisitos que, faltando em um smartphone para uso genérico, realmente prejudicam a experiência e incomodam no seu uso. Até que ponto um smartphone intermediário simplesmente atende ao que se precisa, ou a partir do qual são itens supérfluos ou até benefício nenhum, só uma etiqueta de preço mais cara? Esta lista, caso todos ou a maioria dos itens seja satisfeito, acaba apontando para um intermediário, na faixa de 1.500 a 2.500 reais (preços de hoje, quando em comparação celulares top de linha custam em média 8.000, quase 4 vezes mais). A minha conclusão é de que smartphones hoje chamados "de entrada" ninguém deveria ter, é uma experiência ruim, e só é vendido porque é o que cabe no orçamento de muitas pessoas. Os top de linha quase ninguém realmente deveria ter, em geral trata-se de pura ostentação, e em algumas exceções, por realmente se precisar de algum requisito deles, ou apenas excesso de entusiasmo e/ou fanatismo sinceros. O que quase todo mundo deveria ter é um intermediário ou talvez nomáximno um top comprado mais de um ano depois, se a empresa tiver a politica de baixar os preços, como a Samsung.

Para referência vou tomar como base o celular de entrada Nokia 2.3. Gosto de várias coisas nesse aparelho, o Android puro (Android One), a duração da bateria, o design sóbrio, a tela, robustez. Mas nos meus testes de uso, a falta de diversos itens prejudicam muito a experiência e acabam incomodando.

Sem mais demora, a lista até o momento é a seguinte: 

1. Performance mínima: RAM e processador. Um processador de entrada com 4 núcleos e 2 GB de RAM, como no Nokia 2.3, não são suficientes atualmente para rodar o Android de modo fluido. Em varias situações ocorrem demoras, lags, travamentos temporários, engasgos, como preferir chamar... Não vou determinar exatamente qual o processador mínimo ou memória são suficientes porque isso irá mudando ao longo do tempo. Mas hoje seria pelo menos 3 GB de RAM, melhor 4, e um processador de linha intermediária, como por exemplo um Snapdragon 6xx. Ao longo do tempo estes requisitos irão mudando pra mais, claro, e se deve pesquisar qual o mínimo atual de processador e RAM para uso confortável.

2. Pelo menos 64 GB de armazenamento interno. O ideal na minha opinião é nem precisar de cartão micro SD, uma fonte de problemas (velocidade de acesso menor, mesmo usando o classe 10, potencial brecha de segurança, falhas de conexão). Dependendo do uso até se justifica mais armazenamento, 128 GB talvez. Para mim, atualmente 64 GB dá. Estou usando um SD de 32 GB no Nokia 2.3, em adição à memória interna, contrariado. A Apple tinha razão em abolir o SD,  prejudica a experiência de uso. Mas eles cobram um valor absurdo pela diferença de capacidade entre os modelos, o que anula o mérito anterior... :-)

3. Carregamento rápido da bateria. Acho que essa nem seria necessário explicar.  Depois que se acostuma de carregar tudo em menos de uma hora, a perspectiva de levar 2 horas ou mais é frustrante. E isso muda totalmente a forma de uso e a disponibilidade. De todas as deficiências do Nokia 2.3, essa é a que mais me incomoda.  Uma solução seria deixar carregando a noite, mas todas as fontes me dizem que deixar a bateria muito tempo em 100% diminui a vida útil, assim como deixar chegar a zero de carga, ou muito abaixo de 30%. Para tentar deixar a bateria saudável o aparelho fica muito tempo preso ao cabo de dia. 

4. Sensor biométrico. Principalmente para destravar o aparelho, mas também para alguns aplicativos. É praticidade e também segurança, Dá pra viver sem ele? Sim. Mas é bom? Definitivamente não. Ah, e o reconhecimento facial, se não for muito bom, melhor esquecer (é o caso do Nokia 2.3).

5. NFC. Para pagamentos em geral, e poder passar no metrô só com o celular com um cartão de crédito associado, sem ter que recarregar o cartão do metrô, etc. Impacta na qualidade de vida. De novo, dá pra viver sem, mas ...  

6. Qualidade mínima da tela. Bem subjetivo, para mim hoje em dia seria pelo menos 6"e full HD. Isso alias o Nokia 2.3 atende razoávelmente bem. Mas inseri na lista, para ficar completa. 

Além desses 6 que são mais essenciais, colocaria 3 como opcionais desejáveis:

7. Tela amoled/oled: existem poucos intermediários com tela amoled, mas na minha opinião ela justifica um preço maior. Melhor visualização em ambientes muito claros e economia de bateria. Mas isso para mim tem prioridade menor, e tem que ser pesado junto com outros fatores, e dependendo pode-se abrir mão. 

8. Resistência IP68: a regra é tomar cuidado, mas acidentes acontecem, poeira e umidade são difíceis de controlar. Infelizmente, assim como a tela amoled, esse item também fica segregado a aparelhos mais caros. 

9. 5G. Hoje ainda está como opcional, mas após a implantação aqui no Brasil já será essencial. Coloquei opcional porque acho que essa implantação ainda demora, mas quem visa ficar com o aparelho mais tempo, deve ter isso em mente, 

São apenas 6 pontos essenciais e 3 opcionais, mas que podem fazer muita diferença. Existem outros requisitos importantes, mas que a maioria dos aparelhos até de entrada normalmente já cumpre. Praticamente qualquer aparelho hoje em dia, por exemplo,  tem câmera frontal, não há porque citar.

Se a compra do celular de entrada foi porque não havia como pagar por um melhor, a questão está resolvida (a única solução possível é ganhar mais). Mas quando a pessoa poderia ter comprado um aparelho um pouco melhor e por uma racionalização financeira de economizar 500,00  compra um abaixo da linha do conforto, existe uma forte tendência de que se sinta incomodado e venha a trocar antes do tempo. Aí é o barato que sai caro, duas compras muito próximas, a não ser que se consiga revender o antigo, ainda assim geralmente com prejuízo, por ser usado. E sem falar na geração de mais lixo eletrônico no mundo. 

A dica é essa, analisar com calma e evitar os extremos, o de entrada super barato ou o top de linha super caro, se fixando nos pontos que realmente importam, de modo a poder ficar confortavelmente com o mesmo dispositivo o maio tempo possível.


 

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