sexta-feira, 19 de julho de 2013

Já começam a aparecer indícios concretos do Android 4.3 no Nexus 4

Leaks de futuras versões de ROM oficiais fazem a festa dos modders e aficcionados pelo Android. Por outro lado, eu já estava achando que demorou para aparecer o Android 4.3. Agora temos aqui um relato sobre o Android 4.3 no Nexus 4, e aqui um tutorial de como fazer a instalação. Não vou recomendar a aplicação deste procedimento, e inclusive eu mesmo não o farei. Um dos motivos de ter um Nexus é justamente não ter que fazer nada para receber as atualizações oficiais o mais rápido possível. Atualmente nem root eu tenho. Também não vou tentar impedir os aventureiros e curiosos, e se alguém fizer, por favor comente a experiência.

O que eu achei relevante nesta notícia é que depois de um leak vem a oficial, então o 4.3 para todos os donos de Nexus 4 não deve estar muito distante.



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como aumentar a vida útil da bateria do Nexus 4 (e outros com Android puro) [Atualizado e expandido]

[Editado em 29/11/2014] Venho sofrendo com problema da bateria insuficiente não apenas no Nexus 4, como em  todos os smartphones recentes, nos quais tentei usar ao máximo todos os recursos de dados. A atual tecnologia de baterias (li-ion ou Li-poli) tem um limite físico. Para aumentar a capacidade de uma bateria, é preciso aumentar volume e peso, que são dois atributos inconvenientes em smartphones e outros devices para se carregar. Por outro lado, telas grandes, brilhantes e com resolução maior consomem mais energia, tanto para iluminar a área de tela como para processar tantos pixels. Processadores mais potentes tem o mesmo efeito. Muitos programas rodando ao mesmo tempo também. Tudo que é bom (faz mal e engorda...) contribui para detonar a bateria, e não há mágica que a faça passar de um determinado limite, dadas todas as outras variáveis fixas.

Melhorias no software, sistema operacional e aplicativos, podem extrair ao máximo a capacidade da bateria, mas a tecnologia da química e circuitos de controle tem um limite.  A partir daí cabe ao usuário identificar para onde está indo a sua energia, e tomar decisões, as vezes difíceis, escolhendo entre mais bateria ou mais funcionalidade. As vezes no entanto atualizações de sistema ou exclusão de apps mal feitos podem amenizar o problema e fazer a bateria durar pelo menos um dia inteiro com folga, dentro do seu padrão de uso, o que já é um bom resultado nos dias de hoje. As 8 dicas abaixo são uma orientação de como se conviver com as limitações da bateria do Nexus 4, chegando a um equilíbrio entre funcionalidade e autonomia.

1) Mantenha o sistema operacional atualizado. Novas versões tendem a otimizar o uso bateria, e corrigir bugs que drenam energia. Tenho a nítida impressão que com o Lollipop (Android 5.0) a duração da bateria aumentou (mesmo sem ligar a economia de bateria o tempo todo, ver a dica 4);

2) Identifique os apps que mais usam energia. Pode ser que ele seja mal projetado e gaste energia desnecessariamente, ou talvez ele realmente tenha uso muito intenso e possa ser configurado diferente. Por exemplo, configurando para acessar com menos frequência a internet para atualizações. Para identificar estes apps gastadores, vá em "Configurar"; "Bateria". Neste ponto pode surgir o primeiro dilema clássico: o app (ou apps) gastador pode ser supérfluo e ser desinstalado sem maiores problemas... ou pode ser essencial, e neste caso talvez pouco possa ser feito, a não ser talvez limitar seu uso ou reconfigurar.

3) Esta dica é meio controversa, e eu por exemplo não uso atualmente, mas muita gente se dá bem com ela. É usar um task killer para matar processos inativos que podem ficar gastando energia em segundo plano. Um muito conhecido na Play Store é o "Advanced Task Killer".  Eu particularmente tento seguir o conceito do Android que é deixar o sistema cuidar disso, e esperar que os desenvolvedores de apps pensem no uso correto de recursos, incluindo memória, processamento e bateria. Ainda assim resolvi citar esta dica e deixar que cada um decida. mal também não faz.

4) Ligar o modo de economia de energia (no Lollipop). A partir do Android 5.0 existe uma configuração que limita trafego de dados em segundo plano e reduz ligeiramente o processamento e alguns efeitos visuais, e também o brilho da tela. Eu testei esta feature e não senti muita limitação na redução de processamento, mas me preocupa que possa causar problemas em atualizações de programas de mensagens instantâneas por exemplo. Não pude no entanto comprovar isso para os aplicativos que eu uso. Você pode deixar o modo de economia ligado direto, ou configurar para ligar quando a capacidade chega a 15%, por exemplo. Para alterar vá em "Configurar"; "Bateria"; clique nos 3 pontinhos verticais de opções; "Economia de bateria". Aparece um controle azul claro em cima a direita. Ao lado do texto "Desativado" (ou "Ativado"). Clique neste controle para modificar. Quando ativado as barras mudam para laranja, e aparecem diversas notificações disso. Em baixo do controle existe a opção para alterar a ativação automática ("nunca", em 5% da carga, ou 15%).  Para quem não quer deixar ligado direto, pela perda de performance ou outro motivo, 15% me parece a melhor opção. Deixar chegar a 5% tem dois efeitos negativos: a reserva pode não ser suficiente para chegar em casa, e em 5% a bateria sofre deterioração mais rápida, reduzindo o seu tempo de vida útil total (até que a capacidade de recarga comece a se reduzir). No momento estou em testes, deixando ligado direto, e observando o efeito nos aplicativos que atualizam dados.
 
5) O vídeo abaixo, que achei no Youtube, tem dicas interessantes para quem está lutando para fazer a bateria do Nexus 4 durar mais de um dia sem ter que recarregar. As recomendações também se aplicam diretamente a outros smartphones com Android puro de versão 4 .1 ou maior, ou com adaptações a qualquer Android.

(Créditos ao autor do vídeo, via Youtube)




6) As dicas mais bobas e óbvias, mas apenas para constar: não ficar ligando a tela desnecessariamente e evitar o uso compulsivo, o que além de poupar bateria ajuda no bem estar mental :-). Celular virou relógio para muita gente, mas se para ver as horas tiver que ligar a tela toda, tenha consciência que está tendo gasto significativo com isso. Para ter ideia da diferença no uso da tela, experimente se possível um dia não ligar a tela (a não ser para atender/fazer chamadas), apenas para comparar e ver como a tela gasta. Normalmente se vai ligar a tela várias vezes ao dia, mas faça isso conscientemente, de que é necessário, ou de que o lazer tem um preço.

7) Se possível desligar o celular. Quanto a esta última, eu geralmente não sigo. O meu fica normalmente ligado direto 24 x 7. Mas se pensar bem, em muitas situações daria para desligar o aparelho por horas (tipo cinema, aulas, etc).

8) Também repense o uso do celular como leitor de livros digitais. Um e-reader dedicado, como o Kindle ou outro, com tela de e-paper, é muito mais eficiente que o smartphone. Além das outras vantagens de legibilidade no sol, tela maior e baixo consumo. Mesmo um tablet é melhor para ler, pois vai dividir o uso de baterias com outro aparelho, a tela do tablet é maior e mais confortável, e a bateria do tablet é fisicamente muito maior e de maior capacidade. O único consumo de midia que eu faço no smartphone é de música, no qual a tela pode apagar.

Outras considerações sobre baterias do tipo da usada no Nexus 4:

- A bateria do Nexus 4 é do tipo Litio-Polimero, são as mais atuais no momento, e não tem o problema de efeito memória. Não é preciso descarregar completamente todas as vezes, ao contrário, isso é prejudicial.

- As baterias de litio tem sua vida útil total aumentada se não forem completamente descarregadas com frequência, ou mantidas completamente carregadas por longo tempo ( Fonte: Morimoto, Guia do Hardware). Portanto vale a pena carregar se a bateria estiver a menos de 40% ou 30%, se possível e conveniente, e não deixá-la recarregando por muito tempo depois de chegar ã carga completa. Minha experiência pessoal, ao longo de muitos anos, é que não é preciso ficar paranoico com isso. Mesmo que a bateria fique a menos de 20% todo final de dia, isso para mim é muito mais prático que ficar carregando com frequência. Meu ideal é carregar no máximo uma vez por dia, de manhã ou à noite. E as vezes só tenho a noite e de madrugada para recarregar, então deixo a noite toda. Ainda assim, minhas baterias duram mais de 3 anos sem degradação aparente (deve ter tido alguma, mas não o suficiente para que eu percebesse). Uma dica que pode ser util é que se for armazenar por longo tempo, deixar em 40% a 50% de carga.

- O calor é prejudicial à manutenção de carga e à vida útil total. Mas vivemos em um país tropical, e temos efeito estufa no planeta... não adianta ficar paranoico e nem ligar ar condicionado por causa do smartphone. Mas se pode e deve evitar painéis e porta luvas de carro no sol, e situações semelhantes, acima de 40 graus C. Alguns falam em não deixar no bolso, mas com isso já começa a prejudicar a usabilidade. Tem que ser um meio termo.

- Algumas fontes sugerem um ciclo completo de recarga com alguma frequência planejada (mensalmente por exemplo) para calibrar o circuito controlador da bateria. Não posso garantir que tenha efeito positivo, e muito menos que tenha efeito para qualquer modelo de bateria. Mas também, como descarregar completamente apenas de vez em quando não é tão prejudicial, convém testar se no seu aparelho ajuda. Na prática, as vezes isso (a descarga completa) acaba acontecendo comigo mesmo sem eu planejar, então se realmente calibra, estou calibrando de vez em quando sem me preocupar com isso.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A lição que fica dos episódios de quebra de sigilo dos serviços online

Muitos desmerecem as colocações de Richard Stallman sobre as implicações da tecnologia proprietária sobre a liberdade, privacidade e etc. como sendo paranóia e radicalismo. Minha posição sempre foi intermediária, embora não ache necessário  na prática seguir a risca tudo o que ele diz, acho que vale a pena prestar atenção. Com o caso das quebras de sigilo de clientes pelos maiores prestadores de serviços online  e em nuvem (ver artigos no Washington Post e no The Gardian), muitas já confirmadas pelas próprias empresas, podemos ver que existe um fundo de verdade em tudo o que ele vem falando faz tempo.