terça-feira, 30 de agosto de 2011

Qual o dispositivo certo?

Faz uns 3 anos que o mercado de consumo vem sendo bombardeado por ondas de novos tipos de dispositivos de computação. Netbooks, e-readers, smartphones e tablets, que se juntaram aos tradicionais PCs desktop e notebooks. A cada uma delas vejo pessoas achando que o dispositivo da moda é a solução ideal e definitiva para tudo. Conheço gente que era fanática por e-reader, depois chegou a defender smartphone como o substituto para todos os computadores pessoais, isso a um ano atrás. Esta mesma pessoa dizia ser totalmente viável ler qualquer livro no smartphone (eu no máximo acho possível ler alguns tipos livros, em algumas situações, no smartphone, fora isso é uma tortura, algo a se evitar!). E agora, claro, esse indivíduo quer comprar um tablet para ser "o computador"...

Pode ser de consumismo, deslumbramento com tecnologia, ou de querer simplificar demais as coisas, em detrimento da realidade. Não importa o motivo, para mim o fato é que estas escolhas levam esta pessoa (é caso real) a ser potencialmente, e não necessariamente, mal atendida em diversas atividades. Cada dispositivo tem um uso ideal, e só quem tem um uso extremamente restrito estaria totalmente bem atendido com apenas um. A maioria estará melhor como dois ou 3. Alguns precisarão ter todos. Procurei pensar nos usos ideais de cada classe de equipamentos para consumidores comuns. Vou começar do menor (em tamanho) para o maior.

1. Smartphone
É bom para ler emails, escrever e responder emails curtos, ver páginas web rápidas e simples, twitter, facebook e atualizações de redes sociais em geral, mensagens instantâneas, mapas, câmeras (foto e vídeo), GPS, ouvir música. E claro, falar no telefone. Praticamente todo mundo faria uso útil de um deles, e não ter é uma espécie de teimosia anti-tecnologia. Mas não serve para tudo...

Teoricamente um smartphone  é um computador. E mais poderoso do que os primeiros computadores pessoais.  Só que com telas de geralmente não mais de 4 polegadas, e com teclado virtual na própria tela ou teclado físico minúsculo. Isso limita muito os usos possíveis.

O Motorola Atrix veio para provar que não é bem assim.  Eu aplaudi no lançamento, mas ainda não estou usando um, com teclado e vídeo de tamanhos padrões de desktops conectados a ele. Aqui vamos ver se repetir um padrão: o Atrix com os docks (de notebook ou de mesa + periféricos) sai mais caro que um notebook ou desktop, e sendo mais limitado. Por isso que esses aparelhos geralmente ainda não são usados assim. Sai mais caro e não é tão bom. Talvez isso mude no futuro, mas eu creio que aqui o mais importante é o formato físico e não a capacidade computacional do dispositivo.

2. e-Reader
Ler livros, é óbvio. E por enquanto é só nisso que eles são bons, até porque foi para isso que foram projetados. São os melhores equipamentos eletrônicos para ler. Só não são melhores que os próprios livros em papel.... Mas admito que podem ser mais práticos que o livro tradicional de celulose em várias situações. São mais leves, poupam espaço, permitem adquirir textos que não existem mais em papel, compra eletrônica com acesso imediato, eliminam tiragens encalhadas, racionalizam tudo. E a tela é muito melhor que a dos tablets para se ler.

Antes dos tablets os e-readers eram notícia na TV, e iam acabar com livros. Foram febre de consumo, e os maiores fabricantes tinham modelos. Agora mal se lembra que existem, o que também é uma injustiça. O que define um e-reader geralmente é a tela com o "e-ink", aquela telinha preto e branco que é boa de ler no claro e não emite luz. E que tem tempo de resposta lento. Mas a vantagem de poder ler no sol e não cansar a vista com a luz do LED é imbatível.

Geralmente os e-readers só tem a funcionalidade de ler. Isso é uma restrição de software, por dentro também é um computador. Chegou-se a ver alguns aparelhos hackeados rodando outro sistema operacional. Mas isso não é do  interesse do fabricante, e a explicação seria assunto para outro post. É a mesma situação dos consoles de videogames, que também são computadores completos, mas são restritos para praticamente só rodar games. Talvez algum dia se abra a funcionalidade dos readers para uso mais geral. Mas aí se esbarra na limitação da tela. Na medida em que ela é boa para ler é péssima para todo o resto. Fica dependendo de aparecer uma nova tecnologia que faça as duas coisas bem. Poderia ser o fim da classe dos e-readers de vez, pois seria só agregar a nova tela nos tablets e eles poderiam ser usados para ler sem nenhuma desvantagem.

Ainda quero um e-Reader por causa da tela, que nenhum tablet atual consegue substituir. Ainda não tenho um porque estou esperando para ver como vai ficar, e já estou nesta situação faz anos. Falta o estabelecimento de padrões de arquivos, de comercialização, etc. Enquanto isso vou comprando livro em papel mesmo ... :-) Acredito que no futuro os livros serão em geral lançados em meio digital e os livros clássicos, caso se quisesse, poderiam  ser comprados em papel. Ou algum livro seria impresso em papel sob encomenda individual, ou em tiragens limitadas.

3. Tablet
Bom para acessar a Web sentado no sofá, ou na cama. Para acessos à internet  mais casuais como um site de notícias, uma consulta no banco ou uma compra online. Talvez ver um vídeo fora de casa. Jogos só os bem casuais. Forçando uma barra, ler livros (entendendo que livro é uma leitura mais demorada que a de um site web e portanto pede um equipamento mais adaptado).

Estudos mostram que a luminosidade da tela interfere depois no sono (se usado antes), e a tela de LED perde força com a claridade ambiente e é ruim para ler na varanda. Logo, leitura não é o forte dos tablets atuais. Jogar "a sério"? Bom, por enquanto eu passo, como também já abandonei jogos no smartphone, depois da animação inicial. O teclado do tablet é melhor que a dos smartphones apenas no tamanho, pois a tecnologia é a mesma (porcaria... para teclar). Para resolver isso existem os kits de teclado físico + case. Mas de novo, assim como no smartphone, essa solução atualmente é mais cara que um netbook.

Por outro lado, o tablet também não substitui os smartphones, porque não cabe no bolso e não são tão discretos. E não substituem totalmente os e-Readers, pelos motivos já vistos. Eles não substituem nada!

Mas eu quero um, para navegar no sofá enquanto vejo TV. Não tenho um tablet ainda por causa do preço, acho que deve se estabilizar em um nível de menos da metade do atual, isso falando dos equipamentos de marca. Em moeda de hoje, acho que R$ 600,00 seria um valor justo para um Xoom ou um iPad, mas o Xoom está custando aproximadamente 2.000,00 (com 3G)! Não preciso tanto assim, dá pra esperar.

4. Netbook
Produzir conteúdo ( principalmente textos, talvez planilhas) em trânsito, navegação web em trânsito, principalmente se envolver preenchimento de campos. É a máquina com teclado físico ideal para se carregar por aí. Geralmente roda qualquer aplicação mais leve de PCs convencionais, incluindo produtividade (Office e etc.).

Tenho uma implicância histórica com o termo "netbook", porque eu acho que não existe realmente necessidade de criar uma nova classe de máquinas. Ainda mais porque os netbooks atuais quase todos rodam os mesmos sistemas operacionais (geralmente Windows XP ou 7), e os mesmos aplicativos dos notebooks, além dos processadores x86 e 2 GB de RAM. Como diferenças está a falta do drive ótico e o tamanho menor da tela. Mas as telas iniciais de 7" passaram para 10,1" e está começando a se estabelecer o padrão de 12".  Acredito que as (poucas) diferenças entre netbooks e os notebooks menores vai começar a desaparecer, com a extinção geral dos discos óticos e a tendência de notebooks mais leves e finos.

Quando os netbooks usarem sistemas para nuvem (como o Chrome OS) esta situação mudará radicalmente, e o nome NETbook realmente fará mais sentido.

Regra geral para quem ainda tem dúvida entre netbooks e tablets: para navegar despreocupadamente no sofá ou na cama, o netbook não é bom, melhor um tablet. Mas se tiver que teclar muito, melhor o netbook. Idem para manipular dados.

5. Notebook
Praticamente qualquer uso para um computador pessoal. Produzir documentos, produtividade de escritório, navegar, emails, redes sociais, comunicação (video-chamada), ver algum filme casualmente (em viagem por exemplo). É "o computador" propriamente dito da maioria das pessoas, e tende a substituir progressivamente os desktops (até um limite).

Quer dizer, é um netbook maiorzinho ou um desktop transportável. De fato,  um notebook de 15,4 é quase um desktop! Desisti de tirar uma máquina dessas de casa, é pesado demais, grande.

Em geral um notebook oferece tudo que se precisa. O teclado, mouse e o vídeo podem não ser tão bons e ergonômicos quanto os dos desktops. Mas neste caso, ao contrário dos smartphones e tablets, é muito fácil plugar tudo isso nas USBs e na saída de vídeo, se necessário. É quase um desktop, só que com algumas poucas desvantagens, que para boa parte das pessoas é irrelevante.

6. Desktop
Profissionais que precisam de mais poder de processamento e gamers.

Bom, esse é o segmento mais difícil de defender hoje em dia. E basta ler a linha acima para ver que exclui quase todos os consumidores finais. A classe que mais se identifica como consumidor genérico é a dos gamers, mas até esses, em muitos casos, são melhor atendidos com um bom console.

Desktop é uma máquina que ocupa mais espaço (sem falar no emaranhado de cabos atrás), dá mais trabalho de manter (muitas atualizações, antivirus, backups), gasta mais energia, e se for usada da forma na qual se faz realmente necessária, é bem mais cara. Por exemplo, um bom PC para games sai mais caro no total que um console,  embora tenha algumas vantagens. Existem desktops mais baratos que consoles (e notebooks), mas eles são ruins para jogos. Já os notebooks para jogos (tipo Alienware) tem um custo/benefício muito pior que um bom desktop montado.

Defensores de PCs dirão que os gráficos são melhores que os de consoles e tem razão, mas gráficos de consoles high end são suficientes para a maioria.  Dirão também que o valor de cada jogo de console é maior, e isso é importante se alguém pretende comprar muitos títulos, mas comprando 3 jogos ... Também dirão que os controles do PC (teclado, mouse) são mais precisos em jogos de tiro, de estratégia, e etc, mas de novo mesmo tendo razão, nem sempre isso é motivo suficiente para todos. Resumindo, sim, PCs são a máquina ideal para uma certa parcela dos gamers, para a maioria no entanto isso não é necessário, e digo isso sendo eu próprio um PC gamer ...

Mas esquecendo por enquanto os jogos, se você quer editar vídeos, música ou gráficos, ou desenvolver software, ou rodar muitos programas de cálculos em massa, um desktop ainda é o mais indicado. Mas não qualquer desktop, para os dias de hoje pense em um Core i7 ou Phenon x6,  8 Gb RAM, discos de alta velocidade, placa de vídeo dedicada, etc.


Lendo isso tudo, mesmo não aceitando todos os argumentos, dá pra perceber que uma pessoa comum estaria mais bem servida como alguns, e não com UM destes equipamentos. Caso típico, a pessoa teria um smartphone (como não ter um hoje? é básico) , um tablet (para navegar casualmente na cama/sofá/transporte, questão de conforto apenas) e um notebook (tamanho normal de 14" ou 15", para os usos mais pesados), já são três tipos de dispositivos.

No meu caso atual, tenho smartphone, netbook (com o objetivo de ter um sistema operacional "normal" à mão, para poder criar documentos com eficiência, e não por causa da idéia do senso comum de "acessar a net") e desktop (jogos para PC e alguns usos técnicos). Tenho "mais ou menos" um notebook de 15,4" também, mas enquanto tiver os desktops percebi que na realidade não preciso de notebook. Por isso deixei este notebook ficar muito obsoleto, já tem mais de 4 anos, a bateria já se foi... quer dizer, eu praticamente não tenho notebook. Também não tenho tablet nem e-reader, mas estou na espera de uma oportunidade melhor. Então por enquanto também estou na marca de 3 tipos diferentes de máquinas, smartphone, netbook e desktop.

Então, qual destes 6 tipos de dispositivos é o ideal? Talvez todos ao mesmo tempo, e não é nenhum absurdo isso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Saberemos afinal se Steve Jobs é insubstituível ou não

Steve Jobs renunciou ontem da presidência da Apple. Neste momento, é a empresa com mais valor de mercado em TI. Ele pode dizer que está saindo por cima,  foi um bom momento, embora  lamentável que seja por problemas de saúde. A principal questão para os analistas é como será a Apple a partir de agora. Minha opinião é que nunca será a mesma coisa, mesmo que Tim Cook seja excelente. Sim, ele é insubstituível.

Não que não exista mais alguém com a mesma inteligência ou visão de futuro, existem muitos. Só que ele não é só isso, ele é uma combinação de outras características. A começar pela sua história na empresa. Fundou (junto com Wozniac), fez dar certo, foi demitido dela, voltou para salvá-la da falência e a colocou como número 1 em vários setores. Isso dá uma certa autoridade. Autoridade essa que ele usava ao seu estilo próprio, e que foi um dos motivos do sucesso da empresa, para o bem ou para o mal. Alguns funcionários reclamando de tirania, alguns consumidores reclamando de produtos muitos restritos (os usuários mais técnicos que não gostam de "caixas pretas", mesmo que sejam prateadas e com design premiado), mas no geral os funcionários (que sobravam, no estilo Tropa de Elite) estavam sintonizados com ele, e também estavam os consumidores fiéis. A mim incomoda um pouco esta "harmonia", todos aceitando o que é ditado pela Apple e em última análise, pelo próprio Jobs, por mais que ele esteja certo em alguns pontos. Prefiro o caos  e a diversidade da concorrência, várias opiniões, várias soluções, tudo isso se integrando com dificuldade, como nos PCs. Isso pode não ser tão limpo, bonito e eficiente, mas o resultado global é mais adequado ao que eu quero, ao que é mais conveniente, e por um preço mais justo.

Só que a Apple não faz sucesso tanto pelo racional, mas em grande parte pela emoção. É uma grife, as pessoas colam adesivos de maçã no carro, eles são fãs. As máquinas são montadas na Asia, terceirizadas na Foxconn por exemplo, no mesmo lugar em que se fabricam outras marcas nem tão idolatradas. O diferencial é a própria marca e mais um pequeno conjunto de características técnicas que eles tentam preservar a todo custo como patentes. Mas a idéia de um visionário por trás da inovação e da qualidade dos produtos faz parte do mito. Quem mais teria a mesma desenvoltura para dizer que o problema de projeto na recepção da antena do iPhone 4 era só um detalhe mínimo, distribuir umas capinhas de plástico e acabar com o assunto ali mesmo, com uma única apresentação? Sem Jobs na posição de comandante direto da empresa, parte deste mito acaba. Com isso a Apple vai aos poucos sendo mais uma, tendo que demonstrar qualidade e preços. Porque vou comprar um notebook de R$ 3000,00 da Apple, se posso comprar um da concorrência por R$ 1000,00 que fará a mesma coisa? Sem o carisma e liderança do Steve Jobs, a Apple terá que se esforçar cada vez mais para responder a esta dúvida.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagem do Google a Jorge Luis Borges

Um post para preservar o logo comemorativo aos 112 anos de Jorge Luis Borges, que está no ar hoje no site do Google:


A imagem homenageia o escritor argentino, já falecido, que completaria 112 anos hoje. O Google as vezes troca o logo padrão por um comemorativo, por um dia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

HP saindo de cena, Microsoft quer ficar com o espólio de guerra

Na semana passada saiu a notícia de que a HP pretende "dar shutdown" na área de computadores e dispositivos pessoais, incluindo o WebOS. Com isso os tablets com WebOS lançados a menos de 3 meses estão sendo liquidados por 99,00 dólares na maioria das grandes lojas, e já tem gente se perguntando se dá para instalar Android neles! :-)

A maioria dos sites e blogs de TI fica se lamentando pelo WebOS, relembrando os bons tempos da Palm, etc. Realmente é um fim melancólico. Sou do tempo do auge da Palm, tive dois PDAs, o IIIe e o V, e na época dispositivo de mão era sinônimo de Palm. O Palm na verdade foi feito com base num dispositivo fracassado da Apple, o Newton. Procure as fotos e compare, o mesmo conceito de reconhecimento de escrita com stylus, o mesmo formato, muda apenas o tamanho, pois o Newton estava mais para um tablet que para um PDA. Hoje a Palm teria levado processo de patente! Mas não levaram, e conseguiram criar um mercado que não existia, o dos computadores de mão, que seria a base dos smartphones. Esta última tendência do smartphones eles bem que tentaram e não conseguiram aproveitar, mas nunca achei que a Palm pudesse sumir tão rápido! Mas sobre o WebOS, que seria a retomada da empresa, eu jamais acreditei que ele pudesse deslanchar. Não pela qualidade do sistema, mas sim pela incapacidade da Palm, e depois da HP, de promovê-lo comercialmente e "criar o ecossistema" no ambiente atual, de competidores maiores e muito fortes em marketing e design.  A compra da Palm+WebOS pela HP foi particularmente sem sentido, foi muito caro, e deu em nada. E depois de tudo isso as ações da HP estavam despencando...

A separação da parte de PCs da HP, que deve incluir também notebooks e netbooks, também foi um resultado compreensível. Minhas duas experiências pessoais com produtos HP, um iPAQ e um notebook Pavillion, foram absolutamente frustrantes. Pela visão anterior altamente positiva que eu tinha da empresa, por ter usado osciloscópios e calculadoras HP no curso de engenharia elétrica (uma longa lista: HP 25, 11C, 15C, duas 41CV e já bem depois uma 12C, sendo que a HP 25 considero que foi meu primeiro computador, já era programável, e talvez um dos motivos de ter entrado nessa área), mas voltando, pela qualidade superior que vi neste produtos antigos, esperava muito da HP, e o que recebi foram produtos "genéricos", de qualidade média e frágeis,  além de praticamente sem suporte, sem continuidade e sem acessórios. Que não mereciam um logotipo HP! A parte das impressoras também foi decepcionante, tive duas, e comparando com a concorrência, eles deixaram muito a desejar. Enfim, computador pessoal jamais foi o foco da empresa, lembrando que foi a HP que rejeitou o projeto de computador pessoal do Steve Wozniac, que teve que fundar a própria empresa com o Steve Jobs para comercializar o Apple I... por acaso a empresa de maior valor de mercado no momento. Não fica claro se a parte de calculadoras, na qual a HP sempre fez um ótimo trabalho, irá junto, e espero sinceramente que não!  Os planos incluem focar em serviços e servidores, exatamente o que a IBM fez no passado com relativo sucesso (pelo menos não faliu). O irônico é que a Lenovo, que comprou a área de computadores pessoais da IBM, agora dá muito lucro.

Por fim vem a notícia que a Microsoft já está correndo atrás dos desenvolvedores órfãos do WebOS. Faz todo sentido assediar este pessoal, eles são essenciais para o sucesso de um sistema. Só espero que desta vez a Microsoft trate bem deles no longo prazo, proporcione compiladores e IDEs gratuitos, documentação online, facilidade de publicar na loja, etc, todo o contrário do que fez no passado com o Windows Mobile. A Microsoft talvez pegue estes programadores do WebOS, e quem sabe parte do mercado de dispositivos deixado pela HP, embora seja muito pouco.

Nos últimos tempos assistimos à morte de várias plataformas móveis. O Symbiam (que ainda está aí, mas já tem data para acabar), o Meego (não acabou oficialmente, mas depois da decisão da Nokia, agora é uma mera curiosidade) e o WebOS (idem). Continuo acreditando mais na polarização iOS x Android, apesar de ainda ter gente com fé no Windows Phone. Na corrida nós temos a Apple em primeiro, com uma solução completa e integrada de computadores, tablets, smartphones e nuvem. A Google está um pouco atrás, apesar do sucesso do Android, pois ainda falta consolidar o ChromeOS nos netbooks. A compra da Motorola, com o braço hardware e as parentes foi positiva no meu entender. E a Microsoft está dependendo do sucesso dos smartphones Nokia, de como o Windows 8 para ARM vai se integrar na solução completa e de colocar este sistema em tablets e netbooks.

Fonte:
http://www.hardware.com.br/noticias/2011-08/webos-microsoft-windowsphone.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Como rastrear seu notebook

Um consultor de segurança (ele se classifica como White Hat Hacker) teve seu Mac Book Pro roubado durante os tumultos de Londres. Invadiram o apartamento, reviraram tudo e levaram o notebook. A polícia foi ao local, fez a investigação padrão, mas sem resultado. Mas o hacker fez uso de uma ferramenta de rastreamento instalada na máquina, e conseguiu com esta simples medida recuperar o notebook e colocar o criminoso na justiça.

Leia o post com relato do incidente no blog do próprio Greg:
http://infosec20.blogspot.com/2011/08/why-you-dont-steal-from-hacker.html

E para facilitar, o link para o software de rastreamento, gratuito e open source, para Windows, Mac e Linux:
http://preyproject.com/

Ele inclusive mostra imagens do ladrão enquanto usava o computador, por meio da câmera. Uma lida rápida no post do Greg mostra que o procedimento não requereu tanto conhecimento técnico assim. É mais uma questão de atitude, de tentar prever o pior e utilizar as ferramentas que se tem à mão. Vou testar este produto.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Como montar cabos de rede

No ambiente doméstico as redes cabeadas estão caindo em desuso, pela conveniência de comprar um roteador wireless e poder distribuir o sinal pela casa toda. Mesmo quem se dispuser a cabear os pontos de PCs, faltaria o acesso para os smartphones e tablets. A rede WiFi resolve tudo. Apenas um cabo ethernet entre o modem e o router terá que existir, e esse cabo geralmente é fornecido pela operadora.  Um router WiFi bom (acabei de comprar um Linksys por R$ 62,50, para substituir um que queimou) talvez fique mais barato que um router comum + cabos. Ainda assim, pode ser necessário uma rede por cabo, em situações especiais em casa e principalmente no ambiente corporativo. Dentro da minha filosofia de não reinventar a roda, coloco abaixo um link para um artigo bem completo que achei sobre como montar um cabo ethernet.

Crimpando cabos de rede:
http://www.hardware.com.br/livros/redes/crimpando-cabos.html



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Google vai comprar a Motorola

Essa me pegou de surpresa. Se fosse a Microsoft comprando a Nokia seria mais esperado. Mas a notícia da Google já em negociação para comprar a Motorola (na realidade, a parte Motorola Mobility, a que é conhecida pelos consumidores finais) nem me passou pela cabeça. Em parte porque eu jamais vi a Google como uma empresa com pretensões na área de hardware, ou mesmo de produtos finais. Eu ainda via a empresa apenas como vendedor de espaço de propaganda, e todo o resto como um meio de viabilizar isso, incluindo o Android. Mas será que o lucro da Apple os fez ver este mercado como algo auto-suficiente em geração de receitas? Ou ainda é parte da estratégia inicial?

Está ficando cada vez mais óbvio que o controle do mercado de serviços passa pelos dispositivos móveis, e ficar apenas em um nicho é suicídio, pode-se perder tudo. Pelo menos enquanto as aplicações forem dependentes do sistema móvel em que vão rodar. Já existem idéias para vencer esta barreira, como o sistema móvel planejado pela Mozilla. Mas por enquanto, o sistema amarra os aplicativos, e estes amarram os serviços, pelo menos alguns deles, que acabam sendo diferenciais na escolha de um celular. O sucesso da Apple com smartphones e tablets e o desespero da Microsoft com o Windows Phone são os maiores exemplos disso.

Por outro lado, entre fabricantes de Android, a Motorola sempre foi o mais provável de ser adquirido. É uma empresa muito menor, comparada com Samsung ou HTC, portanto mais barata e fácil de comprar. E a Motorola só vive de Android, é o único sistema de smartphones da empresa atualmente, tem sua imagem totalmente identificada com o sistema. Ao mesmo tempo é justamente a que mais estragava a imagem do Android... Por isto mesmo, para o consumidor é uma excelente notícia. As implementações do Android pela Motorola deixavam a desejar. Eu falo como consumidor da empresa, com um ano de uso do Dext e quase 9 meses do Defy. O hardware é bom, mas o sistema operacional tem dois problemas: as customizações excessivas e a falta de atualização de versões. Caso a Google resolva estes dois problemas da Motorola, e para isso basta seguir a atual política com os Nexus, os Motorolas serão os melhores smartphones do mundo. E sem esquecer de desbloquear o bootloader... :-)

Qual será a próxima aquisição no mercado móvel? Será que agora a Microsoft se anima e compra a Nokia de uma vez? :-)

Fonte:
http://www.engadget.com/2011/08/15/google-acquiring-motorola-mobility/
Post no blog oficial da Google:
http://googleblog.blogspot.com/2011/08/supercharging-android-google-to-acquire.html

Update:  Além disso, a Motorola tem mais algumas patentes para usar na guerra de processos ...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

TI: Uma área para advogados

Já houve um tempo em que para se dar bem em TI era preciso fazer um curso de engenharia de computação ou análise de sistemas. Não mais, agora para chegar ao topo é melhor fazer direito. São estes profissionais que fazem a diferença. Basta acompanhar as últimas notícias sobre a gerra de patentes que assola o mercado. Ao que parece cada um dos principais players está processando e/ou sendo processado pelos outros, com acusações de todos os lados. Tudo isso leva à questão de que as patentes surgiram para incentivar a inovação e pelo abuso estão sendo usadas para amarrá-la, ou até que ponto se pode patentear idéias vagas e genéricas. Ou seja, quem se dá ao trabalho de patentear qualquer bobagem antes de todo mundo adquire uma arma depois, usada para barganha e extorsão. Ao invés de criar bons projetos, as equipes ficariam entrando com patentes sobre todos os mínimos aspectos de produtos, existentes ou não. E qualquer projetista estaria correndo o risco de, ao fazer um novo projeto, incluir algum desses aspectos inadvertidamente, sem nem saber, e ser processado ou coagido depois.

Para o consumidor isso é péssimo, pois favorece monopólios. E por outro lado, eu nunca vi citado nessas notícias, mas quem é que paga o custo de todos esses processos? Claro que é o consumidor final, que efetivamente acaba pagando tudo que é gasto no funcionamento de alguma empresa, seja na produção, marketing, departamento jurídico, ou até mesmo o cafezinho dos funcionários e os bônus e mordomias dos executivos. Depois reclamam que a China está dominando a fabricação de produtos eletrônicos. Eles também devem contratar menos advogados e abrir menos processos. Eu começo a torcer por eles.

Este não é bem o tipo de competição que eu gosto de acompanhar na área de tecnologia, mas de qualquer modo, não dá pra ficar alheio à realidade. Quem está com a razão em cada caso acho que dificilmente se saberá, estão todos jogando o mesmo jogo, e os acordos são feitos para encerrar as questões antes. Mas alguma coisa está muito podre nesse sistema.

Fonte:
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/08/apos-google-denunciar-complo-microsoft-rebate-criticas-pelo-twitter.html