segunda-feira, 22 de agosto de 2011

HP saindo de cena, Microsoft quer ficar com o espólio de guerra

Na semana passada saiu a notícia de que a HP pretende "dar shutdown" na área de computadores e dispositivos pessoais, incluindo o WebOS. Com isso os tablets com WebOS lançados a menos de 3 meses estão sendo liquidados por 99,00 dólares na maioria das grandes lojas, e já tem gente se perguntando se dá para instalar Android neles! :-)

A maioria dos sites e blogs de TI fica se lamentando pelo WebOS, relembrando os bons tempos da Palm, etc. Realmente é um fim melancólico. Sou do tempo do auge da Palm, tive dois PDAs, o IIIe e o V, e na época dispositivo de mão era sinônimo de Palm. O Palm na verdade foi feito com base num dispositivo fracassado da Apple, o Newton. Procure as fotos e compare, o mesmo conceito de reconhecimento de escrita com stylus, o mesmo formato, muda apenas o tamanho, pois o Newton estava mais para um tablet que para um PDA. Hoje a Palm teria levado processo de patente! Mas não levaram, e conseguiram criar um mercado que não existia, o dos computadores de mão, que seria a base dos smartphones. Esta última tendência do smartphones eles bem que tentaram e não conseguiram aproveitar, mas nunca achei que a Palm pudesse sumir tão rápido! Mas sobre o WebOS, que seria a retomada da empresa, eu jamais acreditei que ele pudesse deslanchar. Não pela qualidade do sistema, mas sim pela incapacidade da Palm, e depois da HP, de promovê-lo comercialmente e "criar o ecossistema" no ambiente atual, de competidores maiores e muito fortes em marketing e design.  A compra da Palm+WebOS pela HP foi particularmente sem sentido, foi muito caro, e deu em nada. E depois de tudo isso as ações da HP estavam despencando...

A separação da parte de PCs da HP, que deve incluir também notebooks e netbooks, também foi um resultado compreensível. Minhas duas experiências pessoais com produtos HP, um iPAQ e um notebook Pavillion, foram absolutamente frustrantes. Pela visão anterior altamente positiva que eu tinha da empresa, por ter usado osciloscópios e calculadoras HP no curso de engenharia elétrica (uma longa lista: HP 25, 11C, 15C, duas 41CV e já bem depois uma 12C, sendo que a HP 25 considero que foi meu primeiro computador, já era programável, e talvez um dos motivos de ter entrado nessa área), mas voltando, pela qualidade superior que vi neste produtos antigos, esperava muito da HP, e o que recebi foram produtos "genéricos", de qualidade média e frágeis,  além de praticamente sem suporte, sem continuidade e sem acessórios. Que não mereciam um logotipo HP! A parte das impressoras também foi decepcionante, tive duas, e comparando com a concorrência, eles deixaram muito a desejar. Enfim, computador pessoal jamais foi o foco da empresa, lembrando que foi a HP que rejeitou o projeto de computador pessoal do Steve Wozniac, que teve que fundar a própria empresa com o Steve Jobs para comercializar o Apple I... por acaso a empresa de maior valor de mercado no momento. Não fica claro se a parte de calculadoras, na qual a HP sempre fez um ótimo trabalho, irá junto, e espero sinceramente que não!  Os planos incluem focar em serviços e servidores, exatamente o que a IBM fez no passado com relativo sucesso (pelo menos não faliu). O irônico é que a Lenovo, que comprou a área de computadores pessoais da IBM, agora dá muito lucro.

Por fim vem a notícia que a Microsoft já está correndo atrás dos desenvolvedores órfãos do WebOS. Faz todo sentido assediar este pessoal, eles são essenciais para o sucesso de um sistema. Só espero que desta vez a Microsoft trate bem deles no longo prazo, proporcione compiladores e IDEs gratuitos, documentação online, facilidade de publicar na loja, etc, todo o contrário do que fez no passado com o Windows Mobile. A Microsoft talvez pegue estes programadores do WebOS, e quem sabe parte do mercado de dispositivos deixado pela HP, embora seja muito pouco.

Nos últimos tempos assistimos à morte de várias plataformas móveis. O Symbiam (que ainda está aí, mas já tem data para acabar), o Meego (não acabou oficialmente, mas depois da decisão da Nokia, agora é uma mera curiosidade) e o WebOS (idem). Continuo acreditando mais na polarização iOS x Android, apesar de ainda ter gente com fé no Windows Phone. Na corrida nós temos a Apple em primeiro, com uma solução completa e integrada de computadores, tablets, smartphones e nuvem. A Google está um pouco atrás, apesar do sucesso do Android, pois ainda falta consolidar o ChromeOS nos netbooks. A compra da Motorola, com o braço hardware e as parentes foi positiva no meu entender. E a Microsoft está dependendo do sucesso dos smartphones Nokia, de como o Windows 8 para ARM vai se integrar na solução completa e de colocar este sistema em tablets e netbooks.

Fonte:
http://www.hardware.com.br/noticias/2011-08/webos-microsoft-windowsphone.html

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