sábado, 31 de dezembro de 2011

Revisitando o Age of Empires II - The Conquerors (parte 1)

O Age of Empires 2, o Age of Kings e sua expansão, The Conquerors, ou simplesmente "Age 2", como o chamava, foi um dos RTS que mais joguei. No entanto na época, em torno do ano 2000, eu acabei jogando quase que só online, multiplayer. Queria fazer as campanhas mas nunca tinha tempo (em parte por causa do próprio Age 2 online!). Depois vieram muitos outros RTS (estratégia em tempo real), e muito depois acabei quase largando esta modalidade de jogo, que só voltei a jogar mais frequentemente no Starcraft 2. E que agora também está quase parado, embora eu ainda pense em continuar. Mas RTS no momento realmente não é minha prioridade. E quando RTS não é a prioridade, ou melhor, quando UM título de RTS não é a prioridade, simplesmente não se consegue atingir um nível de jogar online. Então os jogos de estratégia hoje para mim são campanhas ou jogo de treino contra IA. Completei campanhas de diversos jogos RTS, mas as do Age 2 não.

O plano de terminar as campanhas do Age 2 nunca morreu na minha cabeça. Recentemente me animei de reinstalar o jogo e recomeçar as campanhas do início. Por ser muito antigo, da época do Windows XP, o jogo já apresenta algumas incompatibilidades com o Vista e o Windows 7. Não é nada grave, os gráficos ficam meio alterados, o mar fica com manchas violetas, a terra as vezes fica com pontos vermelhos. Atualmente estou com o Windows Vista (Ultimate 64 bits), e mesmo conseguindo jogar assim, não gostaria de prejudicar minha última experiência com o Age 2 por causa de gráficos ruins. Pesquisando na Web, descobre-se a dica de matar o processo explorer.exe antes de rodar o jogo. Mas por alguma razão, aqui quando faço isso o jogo não entra. Deve ser alguma coisa relativa ao driver de vídeo. Isso me deixou sem opções.

Em algum momento o problema de imagem sumiu, e fiquei sem saber exatamente porque. Achei que tinha sido por alterar o modo de compatibilidade, ou por atualizar o driver de vídeo. Na realidade não foi nada disso, ou melhor, pelo menos nada disso isoladamente, a não ser por uma outra alteração inesperada, e atenção, esta dica não vi em lugar nenhum. Quando o jogo não teve o erro da imagem o  atalho para o Conquerors foi iniciado de dentro de uma pasta na área de trabalho, e não diretamente da área de trabalho!
Refiz isso diversas vezes para comprovar, arrastando o link para fora da pasta e de volta, e iniciando o jogo nas duas situações. Coloque o icone dentro de uma pasta, como na imagem abaixo, e depois para garantir, refaça as configurações do modo de compatibilidade:



Na imagem abaixo está a configuração do atalho do Conquerors que estou usando. Para iniciar o jogo, dê duplo clique no atalho, de dentro da pasta. Antes do jogo entrar, aparece mensagem que está revertendo ao modo de cores no Windows Vista Basic (balão em cima da barra de tarefas).



Estou também com o último patch oficial do jogo instalado, o 1.0c, mas não posso dizer que faça alguma diferença.  Este comportamento pode ser específico para o Vista 64 bits, então se não funcionar, tente outra coisa, por exemplo a dica de matar o explorer.exe, que vou descrever abaixo.

De qualquer modo, vou documentar aqui também os comandos para criar um batch (arquivo .bat) para executar o Age 2 matando antes do explorer.exe e reiniciando depois. Não funcionou para mim, mas pelo que eu li funciona para quase todo mundo, e pode ser uma opção:


taskkill /F /IM Explorer.exe
"C:\Program Files (x86)\Microsoft Games\Age of Empires II\Age2_X1\age2_x1.Exe"
start explorer.exe
exit

Basta abrir o notepad e colar as linhas acima. Substitua se necessário a localização (o path) do arquivo "age2_x1.exe" na segunda llinha. Deve ser o local onde está instalado, e pode ser diferente no seu PC. O caminho acima é o padrão para o Vista 64 bits. Depois salve com a extensão .bat".

Com o Conquerors instalado, pode-se guardar tudo de volta nas caixas do jogo original e da expansão e manter apenas o CD do Conquerors à mão. Pelo Conquerors se pode acessar as campanhas do jogo original, o Age of Kings. Só que colocar CD no drive para jogar hoje em dia é muito chato, e além disso, meu CD original do Conquerors é um item de coleção! Na realidade, existem vários executáveis modificados do Age 2 por aí que não requerem CD, alguns inclusive são obrigatórios para jogar nos serviços online que surgiram depois do fim da  "Zone.com". (Nunca entendi porque a Microsoft acabou com o Zone! É verdade que ele estava meio antiquado, mas seria o caso de evoluí-lo, mantendo a compatibilidade com o legado, e não de acabar com tudo para criar outro apenas para o xBox...) . Ainda não testei estes mods, mas consegui substituir o executável do Age 2 (o age2_x1.exe) que veio em uma edição comprada legalmente e que não requer CD (uma espécie de revista que publica jogos antigos, a Fullgames, que no número 75 veio com o Age of Empires Collector's Edition. Comprei por causa do Age 1) .




Podia ter logo instalado esta versão, mas nem lembrei. De qualquer modo, instalar das caixas e CDs originais valeu a pena pelo sentimento de nostalgia. Nem todo mundo vai entender! Mas voltando à prática, no DVD da Fullgames número 75, bastou pegar o arquivo:

D:\AOE2CONQ\UK\GAME\AGE2_X1\age2_x1.exe

Colocando no lugar do executável  original, o mesmo citado acima para criar o batch. Por via das dúvidas, antes fiz um backup do arquivo original com patch 1.0c, renomeando para "age2_x1.exe_bak", para o caso de se falhasse poder retornar sem ter que reinstalar tudo!  Depois fui lá no jogo ver se a aguinha continuava azul, e estava OK, agua normal, solo normal. Acho também que a versão da revista já vem com o patch (basta criar um jogo multiplayer, a versão aparece na linha do seu jogador).  Além disso, a versão da revista inicializa bem mais rápido, provavelmente pelo fato de não acessare o CD. De qualquer modo deixei o backup do executável na pasta, são apenas 337 KB, e vai que algum dia precise...

Conclusão, estou com o Age 2 The Conquerors no Windows Vista sem problema de imagem e sem precisar do CD (e tudo legalmente). Jogo de PC que precise de colocar CD no drive há muito tempo que não compro mais.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Instalando o Android 4 no Nexus S

A Google começou a atualizar o Android do Nexus S para o 4.0 (codinome Ice Cream Sandwich, ou ICS) no dia 16/12/2011, mas somente ontem (19) fiquei sabendo, e sem perder tempo já instalei. O update via OTA (over the air, com notificação automática) está saindo aos poucos, no entanto o link abaixo permite baixar o arquivo de atualização 4.0.3 do site da Google:

http://android.clients.google.com/packages/ota/google_crespo/VQ8PQk_V.zip

O arquivo pode ser renomeado para "update.zip", colocado no raiz da memória flash e gravado usando o recovery stock. Li que ele verifica se a versão atual é a 2.3.6 padrão. Não verifiquei se realmente precisa, mas como estava com a CyanogenMod 7, e para evitar problemas, gravei antes de mais nada a ROM oficial 2.3.6 full, cujo link está no post anterior (o item 8). Gravei esta ROM usando o ClockworkMod recovery.  Depois de passar a ROM 2.3.6 oficial o recovery stock é sobrescrito pelo padrão também.

De qualquer modo depois desta operação eu estava na mesma situação de alguém que comprou o Nexus S e foi atualizando via OTA até o 2.3.6. Neste ponto basta seguir o tutorial abaixo, que basicamente detalha o que falei no início do parágrafo anterior:

http://forum.xda-developers.com/showthread.php?t=1395828

Note que tudo isso é para o modelo GSM da T-Mobile (I9020T), que é o que eu tenho.

Quem tiver paciência pode esperar o OTA, mas nem sempre é tão rápido, o que inclusive me fez instalar as atualizações 2.3.1 até 2.3.4 manualmente, apenas as 2.3.5 e 2.3.6 é que vieram rapidamente via OTA. As atualizações OTA são liberadas aos poucos para os aparelhos, segundo uma regra que desconheço completamente. Então se você é um aficionado pelo Android e quer ter a última versão, porque esperar?

Depois de ter o 4.0, o link abaixo no site do Nexus da algumas dicas para conhecer melhor o novo sistema, que tem muitas novidades e melhorias:
http://support.google.com/ics/nexus/?hl=en&topic=2371275

 




sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nexus S - A caixa de ferramentas básicas

Entre as várias qualidades do Nexus S, três pontos para mim são os principais: (1) seguir de perto o conceito do Google para o Android, sem customizações excessivas, (2) ser atualizado com frequência pelo próprio Google e finalmente (3) ter a tecnologia aberta, facilitando os desenvolvedores. Isso também se aplica ao seu predecessor, o Nexus One, e creio que deva também se aplicar ao sucessor, o Galaxy Nexus, embora para este último eu não tenha informações concretas sobre isso.

Para se aproveitar das duas primeiras características, basta comprar um Nexus e usar. Já para exercer a liberdade de desenvolvimento e/ou de modificação, o bootloader desbloqueado e etc., será necessário algum tempo, paciência, vontade de aprender e algumas ferramentas (de software). Este post assume que o leitor já possui algum conhecimento sobre os temas envolvidos, e o texto foca em listar e descrever brevemente o conjunto básico e necessário de ferramentas, para Windows, úteis para uma pessoa que queira desbloquear o bootloader, obter root, instalar uma ROM mod, etc. Apesar de descrever alguns comandos, este artigo não é um tutorial, os comandos são incluídos apenas como referência.

Atenção, tudo isto é válido para o Android Gingerbread (2.3.x), que é a última no momento para o Nexus S. No entanto a Google prevê o lançamento da ICS (ice cream sandwich, ou 4.0) para o Nexus S, e neste caso talvez alguns softwares parem de funcionar nesta versão. Na prática, acho que apenas o Superuser (talvez) seja afetado, mas não tenho como prever. Nos testes foi utilizado um PC com Windows Vista e o Nexus S T-Mobile (I9020T), de início com o Android 2.3.6.

1) O Android SDK
O Android SDK é a ferramenta básica para o desenvolvedor Android e modder. No nível mais básico ele permite acessar o dispositivo pelos comandos adb e fastboot. Em teoria ele deveria conter os drivers do Nexus S (baixando o item "Extras/USB driver package" pelo SDK manager). No entanto na minha instalação este driver não funcionou de jeito nenhum, e não sei se foi problema de versão do driver ou alguma coisa na instalação do Windows. Por este motivo foi incluído mais um item no conjunto de ferramentas, o PDANet (lá eu explico porque). Caso o driver que vem no pacote do SDK funcione, é desnecessário instalar o PDANet, pode pular o item 2 a seguir. Note que o SDK tem muito mais utilidades do que é mostrado aqui.

Nome do arquivo baixado:
installer_r15-windows.exe
(a versão atual já pode ser mais nova, [update 5-01-2012: agora é a r16] )
Página do download:
http://developer.android.com/sdk/index.html

Para instalar o driver USB do SDK siga este tutorial:
http://developer.android.com/sdk/win-usb.html

 [update 5-01-2012: lembrando que vai ser necessário instalar o Java SE JDK]
Caso tudo ocorra bem o dispositivo adb será reconhecido. Caso contrário dá um erro no final, com o Windows dizendo que não pôde instalar corretamente o driver.

Para verificar a instalação do SDK, ative a depuração USB no dispositivo (Aplicativos/Desenvolvimento/Depuração USB) e tecle no prompt:

adb devices

Deve aparecer uma linha com código alfanumérico referente ao celular que estiver conectado e a palavra "device" depois:

xxxxxxxxxxxxxxx      device

Onde "xxxx..."  representa o código alfanumérico Se não funcionar tecle antes:

adb start-server

2) PDANet
[update 5-01-2012: na instalação nova que fiz hoje, em outra máquina, este software não foi necessário. No entanto mantenho a dica, que já me salvou uma vez!]

A finalidade original do PDANet é possibilitar thetering via USB. Acontece que como o driver USB no Nexus S, que teoricamente está no SDK, não funcionou, pesquisei na Web e descobri uma dica simples: que instalando o PDANet o driver e o ADB passam a funcionar. Para não perder tempo, instalei e funcionou. Como dito antes, se o driver do SDK funcionar, este software não é necessário (a não ser que queira realmente usar o thetering USB).

Nome do arquivo baixado:
PdaNetA302.exe

Página do download:
http://junefabrics.com/android/

3) Fastboot
É um comando para gravar diretamente imagens no dispositivo. Aqui tive mais um problema, ele deveria  fazer parte do SDK, mas ao que parece este comando só foi suportado até a versão 13. A justificativa é que no momento a versão do Windows não permite a compilação e montagem da ROM, e por isso ele não seria necessário (então o SDK no Windows seria apenas para desenvolvedores de app). Pois bem, para contornar isso baixei uma versão do executável para Windows em um link que encontrei no site do CyanogenMod. Para usar o fastboot é preciso ter o SDK instalado. O programa deve ser colocado na mesma pasta do adb (e que vai estar na variável path do windows).  [update 5-01-2012: na versão r16 do SDK o fasstboot voltou, está na pasta platform-tools, a mesma do comando adb. Logo, não será masi necessário baixar o arquivo abaixo, mas veja a seguir a parte do teste]

Nome do arquivo baixado:
fastboot-win32.zip

Página de download:
http://koushikdutta.blurryfox.com/G1/
Acessada via:
http://wiki.cyanogenmod.com/wiki/Fastboot

Para testar:

fastboot devices

Para usar o fastboot para desbloquear o bootloader, coloque o celular na tela do bootloader (ligar apertando volume +), e depois tecle:

fastboot oem unlock

Vai aparecer uma tela no Nexus S para confirmar. Com o bootloader desbloqueado aparece a imagem de um cadeado aberto durante o boot, embaixo do nome do Google, não se assuste com isso. Para bloquear de volta (embora eu não veja muita utilidade nisso):

fastboot oem lock

Nota: Se ao entrar no bootloader pelo celular o Windows não reconhecer o driver (apesar de já ter instalado com sucesso no modo de uso), entrar no gerenciador de dispositivos do Windows, clicar do ícone do Android com a exclamação, mandar atualizar o driver, clicar em "me deixe escolher de uma lista ..." e depois escolha o driver do bootloader ("Android Bootloader Interface").

4) Clockwork Recovery
Para gravar uma nova ROM no Nexus S não é preciso antes obter root (dependendo do método, mas o fato é que existe um método que não precisa). Por isso antes mesmo do root vou citar o Recovery, invertendo a ordem que usaria nos meus dois aparelhos anteriores da Motorola (Dext e Defy). Para instalar este recovery usa-se o comando fastboot. Uma particularidade do Nexus S é que o Recovery só ficará gravado até o próximo boot, no seguinte ele volta ao stock, de alguma forma é sobrescrito.

Nome do arquivo baixado:
recovery-clockwork-5.0.2.0-crespo.img

Página de download:
http://wiki.cyanogenmod.com/wiki/Nexus_S:_Full_Update_Guide

Para gravar a recovery usando o fastboot (com o celular na tela do bootloader):

fastboot flash recovery recovery-clockwork-5.0.2.0-crespo.img

(isso se o arquivo img estiver no diretório corrente, senão alterar o path)

5) CyanogenMod 7.1
 A utilidade mais básica de desbloquear o bootloader é poder gravar uma outra ROM, e vou citar a CyanogenMod porque é a ROM que eu normalmente uso, por achar estável e confiável. Outras ROMs podem ser utilizadas, e a CM fica aqui como exemplo.

Nome do arquivo baixado:
update-cm-7.1.0.1-NS-signed.zip

Página de download:
http://download.cyanogenmod.com/?type=stable&device=crespo

Depois siga o procedimento de instalação aqui:
http://wiki.cyanogenmod.com/wiki/Nexus_S:_Full_Update_Guide

6) gapps (Google Apps)
Os aplicativos do Google, incluindo o Android Market, foram removidos da CyanogenMod por questões de licenciamento. Então eles foram adicionados a um pacote separado, que pode ser gravado via recovery mod. A justificativa é que isso equivale ao backup destes apps feito pelo usuário. A gravação pode ser feita logo em seguida da Cyanogen, antes mesmo do primeiro boot da recovery.

Nome do arquivo baixado:
gapps-gb-20110828-signed.zip

Página de download:
http://wiki.cyanogenmod.com/wiki/Nexus_S:_Full_Update_Guide

Na realidade a maioria dos aplicativos ainda terão que ser baixados pela Internet, o que este pacote faz com certeza é instalar o Market e iniciar o download.

7) Superuser
Ao instalar uma ROM Mod normalmente, quase sempre, ela virá com o su. E como vimos, no Nexus S não é necessário obter root antes para instalar o recovery. Mas se você quer apenas root, basta gravar o su pelo recovery mod.

Nome do arquivo baixado:
su-2.3.6.1-ef-signed.zip

Página de download:
http://forum.xda-developers.com/showthread.php?t=682828
(baixe a versão para Eclair e Froyo, a "ef")

Um guia de root sem troca de ROM pode ser encontrado aqui:
http://forum.xda-developers.com/showthread.php?t=895545

8) ROM oficial Google FULL versão 2.3.6
Esta é a última versão atualizada pela Google para a versão T-Mobile (I9020T) do Nexus S. Caso se queira voltar o Nexus S à configuração inicial. Esta ROM pode ser gravada pelo recovery stock ou pelo Clockwork.

Nome do arquivo baixado:
1ada25375426.signed-soju-ota-189904.1ada2537.zip

Link de download:
http://android.clients.google.com/packages/ota/google_crespo/1ada25375426.signed-soju-ota-189904.1ada2537.zip

E com isso fecha-se o ciclo para o aficcionado em mexer no Android, com as ferramentas para desbloquear o bootloader, customizar e poder voltar ao início. E vamos esperar o ICS oficial para o Nexus S, e depois (ou quem sabe antes) o CyanogenMod 9, baseado no ICS.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Carrier IQ: mais um escândalo de segurança em dispositivos móveis

Um hacker e usuário do fórum xda-developers, Trevor Eckhart ou "TrevE", descobriu a poucos dias em vários dispositivos Android  um programa que roda continuamente sem conhecimento do usuário e não pode ser desinstalado ou parado, que alguns já estão classificando de rootkit. Ele monitora e envia eventos do smartphone como teclas pressionadas, SMS, acessos na web (incluindo https decriptado), etc. O escândalo é porque este software malicioso foi incluído pelas fabricantes e operadoras. Chamado de "Carrier IQ" (que também é o nome da empresa que o produz), não se sabe exatamente a extensão da ameaça, mas a empresa envolvida no seu desenvolvimento vem emitindo sinais contraditórios que indicam que a coisa não é simples: ameaçaram processar o hacker, voltaram atrás, emitiram comunicados desmentindo a gravidade. É um assunto a ser acompanhado com cuidado nos próximos dias. O que está em jogo é a privacidade e a segurança de milhões de usuários que cada vez mais adotam smartphones na sua vida diária, e para cada vez mais usos.

A lista de fabricantes e aparelhos afetados é extensa, mas ao que parece meu Nexus S não está entre eles. A Google rejeitou a instalação do software nos aparelhos projetados diretamente por ela. Não sei ainda se estaria incluído em ROMs custom AOSP (compiladas a partir do fonte aberto), como o CM7. Caso confirmado que não contém, seria mais um bom motivo para adotá-las. Já existe um aplicativo desenvolvido pelo próprio TrevE para detectar a existência deste programa no smartphone.

Um artigo bem detalhado aqui, que inclui o vídeo do TrevE demonstrando os resultados a que chegou:

How Deep Does The Rabbit Hole Go? An In-Depth Look At Carrier IQ, The Data It Logs, And What's Really Going On



Acompanhe o desenrolar dos fatos também aqui:

Carrier IQ tracking on Android, iPhone, BlackBerry, and more: the story so far




[Update] Mais um artigo interessante sobre o assunto:


How much of your phone is yours?

domingo, 6 de novembro de 2011

Need for Speed SHIFT: Dicas básicas para configurar

Recomecei a jogar jogos de corrida há uns dois meses. O que eu conheço desta modalidade de jogos se resume no momento, infelizmente, à série Need For Speed, embora tenham sido muitos títulos (8 jogos) ao longo de mais de 13 anos. Jogo de corrida tem uma particularidade de depender muito das configurações de hardware e software, incluindo o sistema e o próprio jogo. Com isso varia muito a experiência de jogo, o prazer de jogar. O mesmo jogo pode ficar totalmente diferente se você tiver um equipamento e configuração diferentes. Joguei muito tempo em condições adversas para poder dizer que hoje em dia, se não tiver o mínimo que eu considero necessário, acho perda de tempo jogar um jogo de corrida. Este limite vai depender de cada um, claro.

Vou tomar como base aqui o Need For Speed SHIFT, que é um jogo da série NFS que tenta sair do modelo mais arcade que era o Undergroud e seus derivados, e mesmo os títulos anteriores, e partindo para um modelo mais realista e de simulação (na realidade antes a EA tentou o NFS ProStreet como jogo de simulação, que ficou no meio termo e acabou não agradando nem os fans de simulação nem os de arcade. Eu por acaso nem achei o Prostreet tão ruim, mas o SHIFT com certeza o supera em tudo). O NFS: SHIFT é um ótimo exemplo para este artigo, porque mesmo sendo mais simulador, também permite configurações que também anulam o realismo e permite um estilo mais arcade (tipo freiando quase nunca, etc). Vamos aos pontos:

1. O volante: Comprar um jogo como o Shift e não ter um volante de qualidade razoável é querer se iludir e jogar tempo e dinheiro fora. Claro que não vai ser a EA que vai te dizer isso, eles querem vender o máximo para qualquer pessoa. Acredito que por isso também flexibilizaram o gameplay, como veremos adiante.  "Qualidade razoável" que falei antes pode parecer subjetivo. Mas existe para mim um limite claro. Primeiro, pense logo em um volante com pelo menos os dois pedais do freio e do acelerador separados. Tentei comprar um volante com aceleração por botão no próprio volante e não consegui usar, fica muito ruim. Os pedais tem que ser no pé mesmo. E tem a questão da qualidade. Este primeiro que eu comprei era um Leadership Gamer, que não apresentava precisão minima para manter o controle. E se eu tivesse ficado com ele, provavelmente teria durado menos (acabei me desfazendo sem quase usar, nem tive coragem de tentar vender, doei). Agora estou com um Logitech MOMO Racing. Não é o melhor modelo da Logitech, mas esta dentro do mínimo necessário para poder sentir o controle do carro. Outra dica sobre volante é comprar um modelo que sirva tanto para PC como para consoles. O meu é só para PC, mas no próximo vou tentar pegar um que seja compatível também com PS2/PS3. Já tenho estes consoles e com um volante assim teria mais flexibilidade de uso e opções de escolhas de jogos. A má notícia é que um volante destes custa caro e ocupa espaço. Em geral ele é fixado na mesa e pode ser facilmente retirado, mas eu não tenho saco de ficar tirando e botando. Resumindo, tenho um espaço da mesa separado para ele, com um monitor também exclusivo para isso. E por fim, embora isso já seja exagero para a maioria das pessoas, acabei deixando um PC dedicado para jogos de corrida ligado nesse monitor. Antes estava usando monitor estendido em um único PC, dava certo, mas tinha que reconfigurar o monitor no Windows  toda vez que queria jogar. Como eu tinha peças sobrando decorrentes de upgrades, fiz um segundo PC de jogos, não tão poderoso como o principal, mas plenamente suficiente. O ponto crítico é a placa de vídeo, como veremos a seguir. A dica do volante eu acho que é a mais importante deste post, isso mudou a forma como via jogos de corrida. Mesmo jogos de corrida  mais "arcade" como os Undergrounds ficam bem mais divertidos.

2. O PC ou console: Aqui vem uma boa notícia para compensar. Não precisa ser um PC top, e por outro lado, um bom console como o PS3 também resolvem, por um custo inicial bem menor. Provavelmente uma pessoa lendo este artigo já possui um PC ou console capaz de rodar bem o jogo. A dica é ir com calma, escolhendo com cuidado para evitar desperdício. Economize para gastar no volante! :-)

No caso do PC, claro que não pode ser algo totalmente obsoleto. Mas como regra geral, qualquer PC vendido hoje que venha com 4 Gb de RAM provavelmente vai servir, a não ser pela placa de vídeo. Aqui tem que ter cuidado, mas também não precisa gastar muito. Estou jogando SHIFT com uma placa de vídeo Nvidia GT220 (é uma placa low end), com resolução de 1280x1024, em um antigo monitor CRT de 19" e está ótimo. O processador é um Athlon 64 X2 5000+ (já tem uns 3 anos ou mais) e a memória está em 4 Gb RAM dual channel. É uma máquina antiga com uma placa de vídeo low end. Se fosse começar tudo do zero hoje, partiria para um PS3 (nos jogos de corrida). Mas no momento tenho a coleção de jogos de corrida para PC, o volante é só para PC, e pior, meu único PS3 está na sala do lado da TV, e montar "meu cockpit" de jogos de corrida ali seria bem mais complicado. Prefiro jogar sentado na cadeira em frente à mesa do PC. Poderia ser um PS3 se eu tivesse 2, ainda assim seria mais barato que montar outro PC. Falando em cockpit, uma ideia seria realmente começar a reproduzir um, a posição mais baixa de dirigir com um banco concha mais perto do chão, um suporte mais baixo para o monitor na frente, uma armação para juntar isso tudo, etc. Mas isso significaria mais espaço gasto no apartamento só para isso. Este é o risco de buscar o realismo máximo. Por hora um espaço reservado na mesa com um monitor e o volante estão suficientes.

3. Configurações do jogo (principalmente do modelo de direção): este é um complemento ao item 1, de certa forma. De nada adianta ter um jogo realista, um volante realista, e deixar o jogo se comportar de modo artificial. Um exemplo: no NFS: Shift tem um mecanismo para selecionar a dificuldade logo no início da carreira, na primeira corrida. Agora, o que aconteceu comigo é que ao pegar o jogo pela primeira vez, e jogando com o teclado, ele coloca como sugestão o modelo "casual", e a tendência de quem está começando é aceitar e talvez nunca mais pensar nisso. Depois de pouco tempo no entanto, se percebe que neste modelo o computador freia para você antes das curvas. É um auxílio de frenagem que, entre outros, faz parte do modelo "casual", e neste modelo nem sequer pode ser desabilitado. Na minha opinião, isso tira totalmente a diversão de um jogo de corrida realista, no qual o ponto de frenagem faz parte da corrida. Essa comfoguração pode ser facilmente mudada, tem que passar para  do modelo para "casual" para "normal" (opções, gameplay, driving) e depois colocando a assistência de frenagem em off. Na realidade, só de trocar o modelo para "normal" este auxílio, que é fixo em "alto" no modelo  "casual", passa para "baixo", o que já é melhor do ponto de vista do realismo. No meu caso, eu prefiro nenhum nesta configuração. E com isso parece que passei a jogar outro jogo!

Mas não precisa concordar comigo sobre esta configuração em particular, este foi só um exemplo. A recomendação aqui  é tentar colocar as configurações o mais próximas do real que você e a qualidade do seu volante estiverem suportando. Porque o volante? Porque algumas destas configurações dependem da qualidade do force feedbak do volante, como por exemplo o auxilio de direção (steering). Ela simula a dificuldade de manter a direção dadas as condições da pista, velocidade, curva, etc. Mas se a resposta do force feedback não for boa, esta simulação vai dificultar  muito mais do que o esperado. E aí também entra o gosto pessoal, eu por exemplo acho que não preciso de mais esta dificuldade agora, mesmo achando que meu volante permita um auxílio de direção em zero. Por isso deixei o auxílio de direção em baixo (o que ainda é menos que o alto do modelo "casual"). E levando isso adiante, nada impede de realmente jogar no casual, caso prefira, minha intenção é apenas alertar para outra possibilidade. E mais, jogando no casual com assistências no alto se pode inclusive prejudicar a sua performance geral na corrida, pois o computador pode estar freiando desnecessariamente, mais que você freiaria, não chegando no limite. Basta comparar, retire o auxílio de frenagem, aprenda uma pista qualquer desta forma, sem derrapar e andando no máximo, anote o melhor tempo, e depois ande com o auxilio ativado. A tendência é que conforme adquira habilidade, consiga tempos melhores sem auxílio de frenagem.

Estes foram apenas duas configurações, brinque com estas e todas as outras, experimente, até chegar à melhor para você. No momento estou usando duas configurações, em uma carreira deixei no modo normal apenas trocando o auxilio de frenagem para "off", e outra carreira que comecei com o modelo "experienced" todo no padrão. O limite de dificuldade é o modelo Pro, que tem quase todos os auxílios em off, e alterando transmissão para manual.

4. Jogo on line. A dica é: experimente jogar online com outras pessoas. É muito divertido, mesmo chegando em último, apenas para saber realmente qual é sua habilidade. Para mim é uma coisa natural depois de treinar bastante, tentar reduzir tempos, etc, querer saber como estou em relação ao resto do mundo. Isso sem o menor estresse ou auto-cobrança, afinal nenhuma equipe vai me expulsar, nenhum patrocinador vai me abandonar, nem meus fans... É só pela questão do autoconhecimento mesmo. Aqui é preciso verificar a qualidade da conexão Internet. Geralmente basta que seja mais de 1 Mbps (megabits por segundo), e que não seja via rede móvel (modem 3G), e verificar se está com baixa latência. Neste quesito estou enfrentando o pior problema do NFS: Shift, que é a falta de pessoas para competir online atualmente. Existem, mas são poucas. fica difícil de conseguir uma partida. A dica secundária com relação a isso seria tentar outro jogo... O SHIFT é muito bom, mas de que adianta se no momento de competir não tem ninguém? E qual outro jogo seria bom nisso? Mas este é assunto para outro post!

sábado, 15 de outubro de 2011

Ubuntu 11.10: cadê meu Gnome?

Instalei ontem a nova versão do Ubuntu, a 11.10 (Oneiric Ocelot). Instalei por upgrade em cima da 11.04, sem problema nenhum, como já é usual, mantendo a maioria dos programas e configurações. Como novidade, notei o kernel 3.0 no menu do grub. No primeiro boot entrou a atual interface padrão do Ubuntu, a "Unity". Na versão anterior era fácil entrar pelo Gnome, bastando escolher "Ubuntu Classic" no login. Só que esta opção desapareceu, e não tem nenhuma equivalente, testei todas. Resultado, estou por enquanto usando o KDE, que já estava instalado antes do upgrade e pelo menos não sumiu. Mas onde foi parar o Gnome? Porque foi retirado e como fazê-lo voltar?

Pesquisando por aí, em princípio a opção Ubuntu Classic ainda existe no 10.11, mas seria preciso reinstalar o Gnome para fazê-la voltar:

sudo apt-get install gnome-session-fallback

(Fonte: http://www.ubuntudicas.com.br/blog/2011/10/voltando-ao-gnome-classic-no-ubuntu-11-10/ )

Isto instala o Gnome Classic, o da versão anterior,  e inclui a opção no menu de login. Mas a organização dos menus da barra não volta, por exemplo não veio o terceiro menu com as opções de "preferências" e "administração". Estes aplicativos estão misturados no primeiro menu (em "Other").

Para reinstalar o Gnome novo (3.2):

sudo apt-get install gnome-shell

(Fonte: http://www.ubuntudicas.com.br/blog/2011/10/gnome-3-2-no-ubuntu-11-10/ )

Só que o novo Gnome é meio diferente, sem o menu de aplicações que eu estava procurando. Parece que a moda agora é misturar os programas como na aba do Android...

Com os procedimentos acima dá  para voltar a usar o Gnome, embora meio alterado, e como opção anterior mais conhecida existe o KDE, que ao que parece foi o que mudou menos. O que eu não gostaria no momento é de usar a Unity.  Não tenho nada especialmente contra, mas até agora não consegui me achar nela muito bem. Já sei onde estão as coisas, mas estou chegando nelas com mais clicks que antes. Para mim interface boa é uma combinação de três aspectos: (1) ser visualmente agradável, (2) ser intuitiva e fácil de lembrar os caminhos para as funções e (3) ser rápido chegar às funções com poucos clicks, teclas, menus ou outras operações. Não necessáriamente nesta ordem, na realidade o visual é o menos importante, embora faça diferença, é muito mais agradável olhar para uma interface limpa e equilibrada estéticamente. Mas as outras duas é que ao longo do tempo vão tornar o uso do sistema mais ou menos desgastante e chato. Na Unity, e pode ser por puro desconhecimento meu, estou esbarrando nestes dois quesitos, principalmente agora o último: mais clicks para conseguir o que eu quero.

Mas ainda vou dar mais chances à Unity. Por ora, alô KDE.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

N9 em pré-venda no Brasil



O N9, o primeiro e último aparelho comercial da Nokia com o já finado sistema Meego (sem considerar o N950, que é só para desenvolvedores), não é exatamente um produto na qual a Nokia esteja apostando suas fichas. Já foi dito que não será lançado em muitos mercados importantes, incluindo os EUA. Como falei neste post anterior, o N9 provavelmente foi lançado apenas porque já estava tudo pronto para isso antes da decisão de abraçar o Windows Phone 7 de vez, e seria mais caro desistir.

Agora recebo hoje um email da Nokia oferecendo o N9 em pré-venda no Brasil, por R$ 1.699,00. No email não é sequer citado que o sistema operacional é o Meego. Nem esta é uma das informações mais visíveis na página da loja. Tem que entrar em "descrição completa" e descer até "software e aplicativos". Quer dizer, o maior diferencial do produto, aquilo pelo qual muitos esperaram, agora é um ponto a ser quase escondido.



Me pergunto quem pagará 1,7K para ter "uma curiosidade" destas. Por mais que o hardware e o próprio sistema operacional sejam bons, eles estão isolados no tempo e no mercado, sem quantidade suficiente de apps na loja, sem perspectiva de continuidade, sem parcerias com desenvolvedores, em resumo, sem tem o tal "ecossistema" que o Elop quer buscar no WP7. Tenho certeza que ainda assim existirão alguns interessados no N9 pelo mundo, mas ao que parece nem tantos. Ter vindo para o Brasil em pouco tempo pode significar que está sobrando estoque. Apenas lembrando que o antecessor do N9, o N900 (com o sistema Maemo, o pré-Meego) demorou mais de um ano depois do lançamento mundial para chegar por aqui, e quando finalmente veio foi com português de Portugal. Ou a Nokia agora está levando nosso mercado mais a sério como consumidor de produtos high end, ou está sobrando N9 por aí. Você escolhe.

Revendo a foto do N9, confirmo minha impressão original de um excelente design, ressaltando a ausência total de botões frontais (meu N900 já não tem, só que ele não tem este visual tão "limpo"). As especificações também são tentadoras. Eu até pagaria "alguma coisa" para tê-lo como (mais um) aparelho secundário, só que não por 1,7 mil, o preço de um smartphone "com ecossistema" :-). Diante da situação atual do Meego, não sei exatamente qual seria o preço justo.

Ao que parece o N9 é um bom aparelho, mas ficou meio perdido no limbo de mercado, o que é realmente uma pena. O Meego é que poderia ser a terceira opção, e não o WP7. A quem devo culpar por isso? Resta esperar que o Tizen algum dia se torne a nova terceira (ou quarta) opção em sistema de smartphones.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Faleceu Dennis Ritchie

Dennis Ritchie, criador de C, faleceu no último dia 8. Só fiquei sabendo hoje com certo atraso, quando saiu nos canais de informação que leio. Ele é co-autor do primeiro livro sobre C que li, lá nos idos de... 1987: "C, A linguagem de Programação", juntamente com Brian Kernighan. Pensando bem ele foi das pessoas mais influentes na área de software nos últimos tempos, se pensarmos em tudo que acabou levando sua marca. O Unix (e depois o Linux) acabou sendo feito em C, quase todo o software que interage diretamente com os sistemas operacionais também, a sintaxe "C-like" se espalhou por dezenas de outras linguagens, e etc.

Nota pessoal: C (e depois C++) foi uma das linguagens de programação que usei profissionalmente, por mais de 3 anos. Hoje em dia esqueci quase tudo destas duas linguagens, e não me atreveria a começar um projeto novo nelas (sem antes um bom tempo de estudo). Mas continuo usando linguagens com sintaxe parecida (C#), mas sem a principal diversão do C, que era brincar com os ponteiros e com as posições físicas de memória, alocação dinâmica e etc. Quer dizer, sem a essência do C, que é justamente isso. Claro que também sem os milhares de bugs decorrentes disso :-).

Fonte:
http://br-linux.org/2011/dennis-ritchie-1941-2011/

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tizen, o "sucessor" do Meego

Do post no site oficial do Meego, "meego.com":

"I want to personally thank everyone who has participated in MeeGo over the past year and a half, and I encourage you to join us at Tizen.org."


Preciso dizer mais alguma coisa? Então aí vai uma imagem, do mesmo site:

Captou? O site "meego.com" aponta para o "tizen.org". O que muita gente esperava aconteceu, o Meego entrou para a história. Não tão esperado é que ainda teria sucessor, o "Tizen". A Nokia já havia abandonado o barco, e o único motivo para ainda ter lançado o N9 e o N950 com Meego foi provavelmente para desovar os investimentos já feitos:  estoque de peças, as máquinas de fábrica configuradas e o sistema pronto. Fora isso, depois do anúncio da parceria com a Microsoft, nada justificaria a continuidade do produto. Já a Intel ficou sem uma parceira em fabricante de dispositivos móveis, e ficou com o abacaxi do Meego na mão. Agora ela busca outras parcerias, e o Tizen é mais uma tentativa.



Para quem perdeu os últimos capítulos, vai um resumo. No início era o Maemo, sistema da Nokia baseado no Debian, um lançamento bem anterior ao Android, mas inicialmente não em smartphones e sim em uma espécie de PDA, algo que na época chamavam de "tablet" mas que tinha tela do tamanho de um smartphone atual (exemplo, o N800, sem função de telefone). Posteriormente o Maemo foi lançado no N900, este era um smartphone, mas no mercado já dominado pelo iOS e Android. Depois veio o anúncio que o Maemo se fundiria com o Moblin, o antigo sistema da Intel baseado em linux, formando o Meego. Agora o Meego deve "ser fundido" com o Limo, para criar o "Tizen".


O que fica do Meego? Nos foruns os desenvolvedores já estão se perguntando para onde vai o Qt, já que pelo anúncio o desenvolvimento no Tizen vai se basear em HTML5. O que ficou na transição do Maemo para o Meego? Do ponto de vista do usuário, quase nada, é outro sistema. O que fica do Meego no Tizen? Provavelmente, não muito, ou nada.


Essas tentativas de criação de um sistema são tão esquisitas e fracassadas, vindo de empresas grandes e cheias de recursos para pesquisa e desenvolvimento, que já existem teorias de conspiração que são feitas pra dar errado de propósito. Tipo a Intel criando fracassos propositais para um dia recriar o domínio Wintel em smartphones e tablets... :-) [atenção, eu não estou endossando esta teoria, só achei divertida...]. De qualquer modo, parece muito dinheiro jogado fora. A Nokia investiu muito no Maemo e Meego, a Intel no Moblin e no Meego, etc. As empresas continuam, pior é para quem depositou alguma esperança, investimento, dinheiro, estudo e fez planos com base nestes projetos.


Ponto de vista de um usuário (hard-user) sobre o Maemo e o Meego: tenho um N900 com Maemo 5, continuo achando um ótimo aparelho. O que estava errado no Maemo e no N900? Duas coisas. A primeira, o timing do lançamento. Sendo a Nokia uma empresa de celulares, ela lançou o Maemo inicialmente para um aparelho sem função de telefone (N800 e antecessores), deixando os competidores crescerem à vontade! Quando o N900 foi lançado, era tarde demais. E ele não era propriamente um aparelho para as massas, era grande demais, com  teclado físico que encarece e pesa, e tela resistiva. O N9 (com Meego) é que seria adequado naquela época! Ou seja, o N9 está uns 3 anos atrasado. Não precisaria ser exatamente o N9, bastaria algo parecido com um N8 (tela capacitiva e design atraente) com Maemo instalado (com as devidas alterações para a tela capacitiva) e já seria ótimo. 


O segundo erro da Nokia no N900+Maemo é quanto à interpretação de software livre. O Maemo se baseia em Debian, isso é ótimo, mas partes essenciais do firmware são proprietárias, como por exemplo o driver de controle da bateria. E sem ele o aparelho não pode ser usado na prática. Entre outros drivers. Recompilar e montar o sistema operacional dos fontes, que seja usável na prática, uma coisa que hoje em dia se faz em boa parte dos smartphones com Android, é impossível no N900. A critica imediata a este argumento é que o usuário não liga pra isso. Mas os desenvolvedores ligam, e eles são uma parte fundamental do ecossistema, são formadores de opinião. E dão suporte ao sistema quando o fabricante o abandona, tipo as atualizações do Android que certas empresas nunca lançaram nem vão lançar, e estão disponíveis via mods. E também fazem aplicativos para o sistema.


Resumindo, a Nokia errou muito, já pagou por isso, e na minha opinião vai pagar ainda mais. A Microsoft também errou no Windows Mobile 6.x, já pagou com a perda do market share, e não emplacou ainda o Windows Phone 7, que se der errado vai levar a Nokia junto. A Intel está lutando para ter um espaço no mercado móvel, ao que parece tudo que ela quer é algum sistema que seja compatível com a plataforma x86 (Atom), já que o Android, embora exista versão para x86, de fato é vendido para ARM, que é mais barato e eficiente em energia. A única forma de introduzir processadores Intel para smartphones e tablets hoje seria por meio de algum convênio, o que eles tentaram com a Nokia. Mas sem um produto competitivo em eficiência e preço, fica difícil. Ou seja, a associação Nokia-Intel já tinha tudo para dar errado. Não satisfeita, depois disso a Nokia se alia com a Microsoft.


Falando sobre alianças, no TIZEN, de início se sabe que estão envolvidas a Intel, a Linux Fundation e a Samsung. O que cada uma ganha com isso: a Intel como já dito precisa de um sistema para os seus chips (e agora este cargo seria do Tizen) e de uma parceira fabricante de dispositivos (a Samsung). A Samsung talvez queira um sistema alternativo ao Android, para não ficar só na mão da Google, e ter um plano B  para os ataques da Apple. A Samsung também tem o sistema Bada, que ela está tocando sozinha. Talvez ela substitua o Bada como o sistema alternativo  (ou talvez venha a ser seja mais um, o que seria uma estratégia bem confusa, ou talvez o Bada também "se funda" ao Tizen ... :-)  ). A Linux Fundation vai apoiar qualquer coisa que use o kernel do linux, que contribua com fundos ou publicidade e que justifique a sua sobrevivência, eles não tem nada a perder.

Leia também:
LiMo Foundation and Linux Foundation Announce New Open Source Software Platform, Tizen™

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

2nd-init para o Defy

Agora que o CyanogenMod para o Defy está listado no site oficial, e já existem algumas nightlies para instalar, tenho mais um motivo para arregaçar as mangas e testar o sistema. O CyanogenMod (ou CM) é uma ROM construída a partir do código fonte aberto, o AOSP (Android Open Source Project), e não contém a parte proprietária do firmware Motorola e outras empresas. Na realidade, eles tiveram o cuidado de também separar os aplicativos Google que não são open source (como os apps do gmail, gtalk, maps, market, etc., que podem ser facilmente instalados depois), mas ainda precisam incluir os drivers de hardware proprietários. Isto até agora não tem sido um grande problema, e não tenho conhecimento de fabricantes de dispositivos reclamando do uso dos drivers. A segunda barreira é a prática da Motorola de bloquear o bootloader nos aparelhos mais novos ("locked bootloader"). Isso impede a carga de outro kernel, e por algum tempo impediu o uso de ROMs AOSP como a CyanogenMod. A salvação foi o "2nd-init", um hack que permite carregar um outro sistema, apesar de ainda não ter sido possivel desbloquear o bootloader e trocar o kernel. Atualmente o 2nd-init está disponível no Android Market, basta digitar "2ndinit" na busca. Para utilizá-lo é preciso ter acesso root. A ordem das coisas é a seguinte (atenção, isso não é um tutorial, para cada passo abaixo consultar o tutorial correspondente):



1. Ter acesso root, a forma mais fácil hoje em dia é com o SuperOneClick. Isso libera o uso de vários apps que precisam de acesso root;
2. Instalar o 2nd-Init pelo Market, que requer acesso root;
3. Rodar o 2nd-Init, o que efetivamente o instala e também uma custom recovery. Escolhi a opção "stable", indicada para uso com o CM. A versão que rodei foi a 1.9, baixada pelo market;
4. Instalar alguma ROM custom em formato "zip" através do custom recovery. Por exemplo, a CyanogemMod. Ver o item 2 deste FAQ, para ter uma idéia do processo. O arquivo zip citado do FAQ será substituído pela versão a ser instalada que se queira, e o "gapps-..." terá que ser instalado também se a ROM não tiver os aplicativos Google (e se o usuário quiser estes aplicativos, claro, mas provavelmente vai querer pois isso inclui o Market);

Cada um desses passos envolve habilitar ou desabilitar o USB debugging, ou dar reboot no aparelho, ou executar wipe pelo recovery, e isto em momentos bem específicos, alguns arquivos terão que ser copiados para o SD, por isto é essencial ler com atenção os tutoriais. Note que para instalar a CM 7 é preciso partir de uma ROM 2.2 (froyo). Entre os passos 3 e 4 recomendo fazer um backup pelo Titanium Backup e/ou um backup da instalação toda pelo NANDROID (no recovery). Para poder retornar a uma ROM 2.2, de qualquer modo será preciso passar a ROM stock 2.2 completa (em formato SBF) via RSD Lite, e depois aplicar root e restaurar o backup (o nandroid ou o titanium). As ROMs 2.2 stock que estou utilizando são a retail brasileira e a "Nordic", que podem ser encontradas aqui. Não passo os links diretos dos arquivos porque eles podem mudar (são do multiupload). A retail é a melhor ROM stock nacional para o Defy e já tem suporte nativo à 3G em 850 MHz e 2100 Mhz. A Nordic é um pouco melhor (mais limpa de bloatware, Android 2.2.2, a nacional é 2.2.1), mas é 900/2100, o que dá problemas na operadora Claro. Mas isso pode ser resolvido por meio do bansebandswitcher, que a propósito, já vem instalado na CyanogenMod para Defy. Uma vez instalada uma versão do CyanogenMod que se considere estável, pode-se fazer outro backup nandroid pela recovery, de modo a poder continuar instalando versões posteriores talvez menos instáveis, como as nightlies, e poder voltar mais rapidamente, sem o RSD Lite.

Fica claro que o processo de root e o 2nd-Init são essenciais para viabilizar isso tudo. O root está disponível desde os primórdios do Defy. O 2nd-Init veio bem depois, e é um "hack" bem mais sofisticado e complexo. Quem tiver curiosidade, pode ler este excelente artigo de como ele funciona. Lendo o artigo se percebe como as restrições da Motorola quanto ao bootloader ainda causam uma série de contratempos e limitações para o usuário. O Defy é ótimo, mas o bootloader bloqueado ainda é um sério ponto negativo que deve ser pesado na hora da compra (junto com o preço baixo e a robustez física, diga-se de passagem). De qualquer modo, não é o aparelho ideal para o entusiasta de hardware. Para este tipo de coisa tenho o Nexus S. Mas apesar disso, iniciativas como a do 2nd-Init permitem levar o meu Defy ao máximo, e se livrar de qualquer vestígio de Motoblur.

E na prática, como utilizar tudo isso no dia-a-dia, e no seu aparelho principal? Ou seja, um problema que eu tinha era que ao testar ROMs modificadas, algumas não muito estáveis, perde-se configurações, apps, dados dos apps, etc. na troca. Até se pode usar um outro smartphone só para testes, mas com isso testa-se menos, já que usa-se menos. O ideal no meu caso é usar o aparelho de teste como o principal, pois obviamente vou testar mais enquanto uso.

A solução para isso é um outro app, o Titanium Backup, já citado acima, que também requer acesso root. Esta ferramenta permite recuperar os aplicativos instalados anteriormente, sem ter que baixar tudo do market de novo, e nem acessar a Internet. Ela é útil especialmente quando troca a versão do sistema. A outra ferramenta é o Nandroid, o backup/restore do recovery. Ela recupera tudo, incluindo o sistema, apps e configurações, voltando ao mesmo estado anterior. Por isso não serve quando se vai mudar a versão do próprio sistema. Ela é útil para voltar a uma versão anterior estável, depois de testar uma outra versão.  Com uso destas ferramentas consigo voltar os aplicativos mais rapidamente sem precisar reinstalar tudo, bem como recuperar outras configurações. Vale a pena contar a minha historinha pessoal com as ROMs customizadas, para mostrar que não é tão difícil como parece.

Em um primeiro momento, surgiu a insatisfação com ROM da Motorola, pela não atualização da versão do Android, pelos apps do Google que faltam, e pelos apps desnecessários (bloatware: demos de jogos, etc.). Daí veio a vontade de mudar a ROM, e ao mesmo tempo o medo do "brick". Ultrapassado o medo, passei a instalar várias ROMs sem problemas, mas cada mudança era trabalhosa, por causa das configurações. Isso me fez abandonar estes testes por um bom tempo. Uma vez descobertos os backups, o processo ficou mais leve, e permite ao mesmo tempo satisfazer minha curiosidade de testar ROMs customizadas e utilizar o mesmo aparelho no dia-a-dia.

Apenas como referência, uma lista das coisas que eu faço download antes de começar, a maioria dos links citados ao longo do post:

Os seguintes programas, que tem que ser instalados no PC:

1. O driver USB da Motorola (atualmente 5.2.0)
2. O SuperOneClick (difícil saber a versão, mas olhando nos detalhes do arquivo Windows, é 1.3.0.0)
3. O RSD Lite (atualmente 4.9)

Os seguintes aquivos, que tem que estar acessíveis no PC:

1. A ROM Motorola Retail Brasileira com Android 2.2.1 (porque eu acho uma ROM utilizável)
2. A ROM Motorola Original do seu aparelho, com Android 2.2.1 (por exemplo, no meu caso a ROM da Claro, apenas para poder voltar ao estado de fábrica)
3. A ROM Motorola Nordic 2.2.2 (porque é uma ROM utilizável e segundo alguns é a melhor base inicial para a transição para CM7)

Os seguintes arquivos podem estar no PC mas é conveniente já copiar para o cartão SD do Defy:

1. O APK do 2nd-Init, embora tenha no market, por algum motivo posso estar sem acesso à Internet, (atualmente versão 1.9)
2. Um (ou mais) arquivo ZIP com uma versão estável da CyanogenMod 7 (no momento é a RC1.5)
3. O arquivo ZIP com os aplicativos Google (gapps-gb-20110613-signed.zip)
4. Os arquivos ZIPs com versões da CM7 a serem testadas, manter apenas as que interessam.
5. O APK do Titanium Bakckup, que pode ser obtido no site do desenvolvedor:
http://matrixrewriter.com/android/
Com isso se pode recuperar tudo após baixar uma nightly, sem precisar de conexão para baixar o Titaniun do Market. Link direto de download:
http://matrixrewriter.com/android/files/TitaniumBackup_latest.apk

O procedimento em linhas gerais que estou usando para testes com a CyanogenMod é:

1. Instalar uma versão "estável" (a RC1.5)
2. Configurar o sistema, baixar apps, arrumar o desktop, etc. Esta configuração tende a durar mais tempo e não gostaria de ter que ficar refazendo todo dia.
3. Fazer um backup nandroid no recovery
4. Fazer um backup pelo Titanium
5. Para fazer testes com nightlies, wipe e instalar o zip da versão, pelo recovery
6. Assim que der por terminado o teste, recovery, wipe, e restore da versão do passo 3
7. SE achar que a versão nighly vale a pena ser guardada, por apresentar melhorias, fazer um restore dos apps pelo titanium, configurar, e fazer um outro backup do nandroid, e este pode ser usado como um novo ponto de retorno.

O PC só é necessário para copiar o zip das novas versões para o SD, coisa que pode ser até evitada fazendo o download direto do msartphone, se a conexão internet for boa. Então o PC ficaria quase que só para recuperação de desastres. Além disso, também tenho um backup nandroid da Nordic toda configurada, mas para utilizá-la será preciso antes passar o SBF , instalar o root (via PC) e instalar o 2nd-init (do SD ou market).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

[dica] Root no N900: para não esquecer

A memória falha. Estou falando do cérebro humano mesmo. Hoje estava mexendo no terminal do N900 e me dei conta que tinha esquecido como entrar no modo root, coisa que já fiz milhares de vezes. Tive que voltar pra buscas na web, etc. Esse blog é como uma memória secundária para mim, então vou documentar aqui caso esqueça de novo. E também vale como dica.

Para entrar como root, basta digitar no terminal "sudo gainroot".
É preciso ter instalado o pacote "rootsh", que fica no respositório extras e/ou no extras-devel (versões diferentes, se me lembro bem... :-) ) .

Isso não faz perder a garantia, e o rootsh fica num repositório oficial. Tá, a essa altura ninguém mais tem garantia no N900 já que ele saiu de linha faz tempo. Mas isso mostra como o sistema (Maemo) era aberto, comparado com os que andam por aí hoje, a maioria faz uso de exploits que são caçados pelas fabricantes nas atualizações, substituídos por novos exploits, etc, numa corrida sem fim e sem sentido.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Yahoo! a venda? E qual o futuro dos portais genéricos?

Depois da demissão da presidente do Yahoo!, especula-se agora se a empresa será vendida. A notícia saiu no site G1. Entre os prováveis compradores estaria a Microsoft. Acho que o Yahoo! já teve mais interesse para a Microsoft que tem hoje em dia. Esta última continua tentando emplacar o "Bing", mas pelo menos tem a vantagem de possuir um sistema operacional para tentar mostrar o seu provedor de buscas (é o default do IE, está na página inicial do MSN, que é a página default do IE, etc., quase todo mundo dá de cara com o Bing pelo menos ao fazer uma nova instalação do Windows, a não ser que tome o cuidado de nunca abrir o IE ... :-) ).

A relevância do Yahoo! tem diminuído, na minha opinião, desde a perda da liderança na área de buscas, para o Google. E a empresa não tem outro serviço de sucesso além de ser um portal genérico: notícias, serviço de email, grupos de discussão e etc. A fonte de renda deve ser apenas propaganda no site, que é proporcional a acessos, disputados em igualdade com milhões de outros portais. A outra pancada no Yahoo! deve ter sido a ascensão das redes sociais, que não só ocuparam mais tempo de navegação dos usuários, como suas comunidades entraram no mercado do "Yahoo! Grupos".



Não sei o grau de liberdade que Carol Bartz tinha para mudar esta estratégia e tentar explorar outros mercados, nem qual era sua opinião quanto a isso. Mas se não tinha, o declínio não foi culpa dela.  O Yahoo! era uma das últimas empresas da "bolha da Internet", que vinha sobrevivendo depois do estouro (da bolha). Eles podiam ter tentado vender vídeo e música pela Internet, eles podiam ter tentado fazer um sistema operacional de smartphones (como o Google), sei lá, qualquer coisa, porque apenas investir em ser "portal" não vejo muita perspectiva.

A "bolha", para quem não pegou esse tempo, era quando se falava das empresas da "nova economia" (da web) desbancando as tradicionais "de tijolo e cimento", como se a tecnologia de comunicação com o consumidor redefinisse a economia toda. Esses dois termos eram martelados continuamente no noticiário, e a oposição entre as duas economias era tida como um fato, dando a entender que "a nova" estava substituindo "a velha". Essa ilusão finalmente acabou, e se percebeu que muitas dessas empresas da "nova economia" não tinham como ser auto-suficientes, a maioria nunca chegou a dar lucro. Algumas fecharam, outras foram adquiridas, e uma minoria sobreviveu, pelo tamanho e boa administração. O Yahoo! era uma delas, mas boa administração não é suficiente quando as fontes de renda a serem exploradas ficam escassas. O Yahoo! hoje é um dinossauro dessa época, apesar de nem fazer tanto tempo assim.

O outro possível comprador do Yahoo! citado da reportagem do G1 é o AOL, que é uma empresa mais ou menos na mesma situação do próprio Yahoo!,  O AOL inclusive tentou se associar a uma empresa da "velha economia" (a Time-Warner) mas não deu certo. É interessante que o AOL  inicialmente era uma empresa com finalidade bem concreta, de ser uma rede privada, "um serviço online",  e depois um provedor discado para Internet (a época em que eles davam milhões de CDs gratuitos com o programa discador o AOL). Mas os provedores de Internet agora são as empresas de telecomunicações, e de certa forma sempre foram. Ser provedor discado era colocar modems dial up em alguns números de telefone, numa ponta da linha, e esperar a chamada do modem do cliente para se conectar, e depois fazer a ligação com os backbones das operadoras de telecomunicações. Com a banda larga as próprias operadoras levaram o cabo para a casa dos clientes.  Em alguns casos, como por exemplo a operadora Oi aqui no Brasil, o cabo sempre esteve lá, eles apenas estenderam os protocolos para conectar o modem ADSL. Então com o fim desse mercado de provedor dial-up, a AOL tentou ser também um provedor genérico de conteúdo, portal, etc., o que é realmente difícil pelos mesmos motivos vistos acima. A diferença é que, ao contrário do Brasil, em que se  fica tentando proteger os antigos provedores discados (com as vendas casadas do Oi-Velox por exemplo), lá fora eles tem que tentar sobreviver por conta própria.

Do ponto de vista pessoal, o Yahoo! foi meu segundo webmail gratuito "sério", depois que percebi como era ruim usar endereço de email associado a provedor Internet. O primeiro webmail dissociado de provedor foi o Hotmail, no meio dos anos 1990, que ainda tenho. Usei uns 2 anos, mas foi caindo em desuso porque na época oferecia uma quantidade de espaço ridículamente pequena (não lembro exatamente, mas acho que eram 2 Mb?), além de apagar os emails antigos em caso de inatividade da conta. Passei para o Yahoo!, que tinha mais capacidade e termos de serviço melhores, e usei como email principal por vários anos, até por fim aderir ao Gmail, com seu 1 Gb (no lançamento), lá por volta de 2004. Usei tanto o email como os grupos do Yahoo!, sem problema nenhum, e caso aconteça o pior, a desativação desses serviços, será triste. Mundo cruel ... :-)

Vamos aguardar os acontecimentos e ver o destino do Yahoo! e dos serviços análogos. A mim parece que, depois do fim da oposição "nova economia x tijolo e cimento", cada vez mais acabará essa distinção entre empresas antes consideradas "de tecnologia" e as outras empresas de serviços.  As empresas terão que se redefinir melhor e escolher o foco. "Tecnologia" é um termo genérico demais para ficar sendo aplicado apenas à TI. Além disso, mesmo em TI, uma empresa teria desenvolver realmente alguma tecnologia (como por exemplo Google e Microsoft fazem) para levar este título. Empresas que antes eram associadas a TI acabaram perdendo este foco, tal como o AOL e o Yahoo!.  O Yahoo! é uma empresa de TI, ou é um canal de comunicações, como um site de jornal? Me parece que hoje ela está muito mais para esta última. E está entrando como assunto aqui neste blog (sobre TI) muito mais pelo que foi no passado. [ Nota: A propósito, a mudança do nome do blog para "hardware e software", apesar de ainda me soar como um nome meio bobo, foi mais para marcar uma distinção com "tecnologia", que passei a achar muito genérico, ou mesmo TI, que também é. Não achei um nome mais interessante, mas este cumpriu bem este papel. Alguém pode notar que 'hardware' também tem outro significado, e pode ser outras coisas que não computadores, periféricos, mas com a palavra 'software' do lado não há dúvida!];

Outra questão ainda mais difícil de responder hoje em dia: e as redes sociais são serviços de TI? Ou são apenas mais um tipo de portal genérico? Ou vão virar uma plataforma para todos os aplicativos que dominará tudo? Ou serão as próximas a declinar daqui a alguns anos, quando se perceber que muito do que fazem ou é desnecessário, ou pode ser feito melhor de outro jeito? Hoje fica bem difícil de prever.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Netflix funcionando no Brasil

Segundo notícia no blog da empresa, a Netflix já está operando na América Latina, incluindo o Brasil. O preço, segunda outras fontes, seria de R$ 14,99 ( a NetMovies está a R$ 9,99, mas seria preciso comparar os catálogos e qualidade), e a assinatura dá direito a um mês grátis: "Brazilians can now sign up for one month free at www.netflix.com". Ainda não testei, o que se tudo der certo devo fazer ainda hoje.

Já estou a um tempo esperando uma alternativa de qualidade para acesso a filmes e séries por demanda. Há um mês cancelei os pacotes de filmes, porque já me parece um absurdo ter que estar disponível na hora em que a emissora resolve programar a transmissão de alguma coisa! Simplesmente não dá para acertar a agenda, e por isso eu estava usando muito pouco. Já teria cancelado a TV a cabo toda, não fosse o fato que o pacote de Internet puro sai quase o mesmo preço do combo Internet+cabo+telefone, pela promoção coletiva do condomínio. Aliás, com esses provedores de vídeo sob demanda entrando, provedores de TVs a cabo acabarão tendo que rever os seus pacotes e preços.

Até mesmo o download ilegal de filmes e séries é capaz de ser atingido! Quem tem meros 15 reais por mês pode se livrar do trabalho e perda de tempo que é navegar para procurar e baixar arquivos, legendas,  etc. Minha opinião, nenhum dos dois, filmes/séries por TV a cabo, e o download ilegal, tem um futuro muito brilhante pela frente. O primeiro está obviamente obsoleto, e o download será cercado e controlado cada vez mais, principalmente no caso dos filmes. Para séries, já estão sendo distribuídas por streaming nos sites das próprias emissoras, embora nem sempre no tempo desejado e no mundo todo.  Fica apenas a nota de que as legendas alternativas de seriados (e filmes) muitas vezes são de qualidade muito melhor que as que vem nos DVDs ou nas transmissões das emissoras (e podem ser corrigidos, basta editar o arquivo texto). Percebi por exemplo que a legenda de "House" no Universal Channel é diferente da que está nos  DVDs oficiais, muito piores, e que ambas em geral são piores que os legendadores independentes.

Sobre a Netflix, uma vantagem é o uso de várias plataformas, incluindo PC e PS3. Minha  idéia é usar o PS3, que já fica ali do lado da TV da sala, e parece ser a central de mídia mais óbvia, incluindo tocar algum eventual DVD ou Bluray, o que deve ficar cada vez mais raro.

domingo, 4 de setembro de 2011

O que fazer enquanto se espera o Diablo 3

Minha expectativa de lançamento por enquanto é o Diablo 3. Não sou um fan histórico da franquia, não comprei o primeiro, e confesso que só comprei o Diablo 2 a uns dois anos atrás, que ficou meio largado. Não houve motivo especial para isso, eu já tinha muito o que jogar, inclusive outros títulos da própria Blizzard (especialmente o Warcraft 3 e expansão, o Starcraft 2 e o WoW), além dos demais jogos. Alguma coisa infelizmente tem que ficar de fora. Agora a propaganda do Diablo está mais incisiva, e tenho gostado muito do que tenho lido. O problema é que ninguém sabe quando exatamente será lançado. Tudo o que se tem são estimativas, melhores ou piores dependendo de serem mais ou menos embasadas em indícios e na experiência pessoal de quem faz. Nada concreto. A maioria coloca o lançamento no final de 2011. Eu pessoalmente não colocaria minhas fichas nessa aposta, apesar de entender a lógica por trás dela. Meu palpite seria o primeiro semestre de 2012. De qualquer modo uma coisa é certa, está cada vez mais perto... :-)

Pois bem, então enquanto o jogo não chega, não adianta ansiedade. Pode-se fazer uma força para esquecer o assunto. A terceira alternativa é uma "espera ativa", ir se informando e se preparando para o que virá. Abaixo dou 3 sugestões:

1) A dica básica, acompanhe o site oficial do jogo, em português, com notícias e fórum. Pode-se ler por exemplo como vai ficar o sistema de recursos das classes. O guia do jogo também está sendo atualizado, sendo que por enquanto alguns artigos estão em inglês. Para quem não tem problemas com este idioma, vale a pena ver os dois artigos sobre a lore do Diablo, a cronologia e do diário de Cain (com vídeos). Existem outros sites e blogs não oficiais com notícias que ajudam a se manter informado.

2) Ir jogando o Diablo 2, para ir conhecendo a estória, ou relembrando, e ir entrando no clima. Os gráficos tem de ser vistos pela ótica da década de 1990 e suas limitações técnicas, mas quem souber abstrair isso verá a beleza no meio dos pixels aparentes. Realmente é um bom trabalho gráfico. Os que não puderem ou não quiserem jogar a versão anterior tem a opção de ler sobre a estória do jogo em diversos sites pela Web. Óbvio que jogar o 2 agora não é um "treino", já que o 3 é muito diferente para permitir isso, mas dá pra ir entendendo os elementos principais.

3) Deixe a barba crescer: "O Desafio das Diabarbas"

Esperar pode ser menos chato!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Qual o dispositivo certo?

Faz uns 3 anos que o mercado de consumo vem sendo bombardeado por ondas de novos tipos de dispositivos de computação. Netbooks, e-readers, smartphones e tablets, que se juntaram aos tradicionais PCs desktop e notebooks. A cada uma delas vejo pessoas achando que o dispositivo da moda é a solução ideal e definitiva para tudo. Conheço gente que era fanática por e-reader, depois chegou a defender smartphone como o substituto para todos os computadores pessoais, isso a um ano atrás. Esta mesma pessoa dizia ser totalmente viável ler qualquer livro no smartphone (eu no máximo acho possível ler alguns tipos livros, em algumas situações, no smartphone, fora isso é uma tortura, algo a se evitar!). E agora, claro, esse indivíduo quer comprar um tablet para ser "o computador"...

Pode ser de consumismo, deslumbramento com tecnologia, ou de querer simplificar demais as coisas, em detrimento da realidade. Não importa o motivo, para mim o fato é que estas escolhas levam esta pessoa (é caso real) a ser potencialmente, e não necessariamente, mal atendida em diversas atividades. Cada dispositivo tem um uso ideal, e só quem tem um uso extremamente restrito estaria totalmente bem atendido com apenas um. A maioria estará melhor como dois ou 3. Alguns precisarão ter todos. Procurei pensar nos usos ideais de cada classe de equipamentos para consumidores comuns. Vou começar do menor (em tamanho) para o maior.

1. Smartphone
É bom para ler emails, escrever e responder emails curtos, ver páginas web rápidas e simples, twitter, facebook e atualizações de redes sociais em geral, mensagens instantâneas, mapas, câmeras (foto e vídeo), GPS, ouvir música. E claro, falar no telefone. Praticamente todo mundo faria uso útil de um deles, e não ter é uma espécie de teimosia anti-tecnologia. Mas não serve para tudo...

Teoricamente um smartphone  é um computador. E mais poderoso do que os primeiros computadores pessoais.  Só que com telas de geralmente não mais de 4 polegadas, e com teclado virtual na própria tela ou teclado físico minúsculo. Isso limita muito os usos possíveis.

O Motorola Atrix veio para provar que não é bem assim.  Eu aplaudi no lançamento, mas ainda não estou usando um, com teclado e vídeo de tamanhos padrões de desktops conectados a ele. Aqui vamos ver se repetir um padrão: o Atrix com os docks (de notebook ou de mesa + periféricos) sai mais caro que um notebook ou desktop, e sendo mais limitado. Por isso que esses aparelhos geralmente ainda não são usados assim. Sai mais caro e não é tão bom. Talvez isso mude no futuro, mas eu creio que aqui o mais importante é o formato físico e não a capacidade computacional do dispositivo.

2. e-Reader
Ler livros, é óbvio. E por enquanto é só nisso que eles são bons, até porque foi para isso que foram projetados. São os melhores equipamentos eletrônicos para ler. Só não são melhores que os próprios livros em papel.... Mas admito que podem ser mais práticos que o livro tradicional de celulose em várias situações. São mais leves, poupam espaço, permitem adquirir textos que não existem mais em papel, compra eletrônica com acesso imediato, eliminam tiragens encalhadas, racionalizam tudo. E a tela é muito melhor que a dos tablets para se ler.

Antes dos tablets os e-readers eram notícia na TV, e iam acabar com livros. Foram febre de consumo, e os maiores fabricantes tinham modelos. Agora mal se lembra que existem, o que também é uma injustiça. O que define um e-reader geralmente é a tela com o "e-ink", aquela telinha preto e branco que é boa de ler no claro e não emite luz. E que tem tempo de resposta lento. Mas a vantagem de poder ler no sol e não cansar a vista com a luz do LED é imbatível.

Geralmente os e-readers só tem a funcionalidade de ler. Isso é uma restrição de software, por dentro também é um computador. Chegou-se a ver alguns aparelhos hackeados rodando outro sistema operacional. Mas isso não é do  interesse do fabricante, e a explicação seria assunto para outro post. É a mesma situação dos consoles de videogames, que também são computadores completos, mas são restritos para praticamente só rodar games. Talvez algum dia se abra a funcionalidade dos readers para uso mais geral. Mas aí se esbarra na limitação da tela. Na medida em que ela é boa para ler é péssima para todo o resto. Fica dependendo de aparecer uma nova tecnologia que faça as duas coisas bem. Poderia ser o fim da classe dos e-readers de vez, pois seria só agregar a nova tela nos tablets e eles poderiam ser usados para ler sem nenhuma desvantagem.

Ainda quero um e-Reader por causa da tela, que nenhum tablet atual consegue substituir. Ainda não tenho um porque estou esperando para ver como vai ficar, e já estou nesta situação faz anos. Falta o estabelecimento de padrões de arquivos, de comercialização, etc. Enquanto isso vou comprando livro em papel mesmo ... :-) Acredito que no futuro os livros serão em geral lançados em meio digital e os livros clássicos, caso se quisesse, poderiam  ser comprados em papel. Ou algum livro seria impresso em papel sob encomenda individual, ou em tiragens limitadas.

3. Tablet
Bom para acessar a Web sentado no sofá, ou na cama. Para acessos à internet  mais casuais como um site de notícias, uma consulta no banco ou uma compra online. Talvez ver um vídeo fora de casa. Jogos só os bem casuais. Forçando uma barra, ler livros (entendendo que livro é uma leitura mais demorada que a de um site web e portanto pede um equipamento mais adaptado).

Estudos mostram que a luminosidade da tela interfere depois no sono (se usado antes), e a tela de LED perde força com a claridade ambiente e é ruim para ler na varanda. Logo, leitura não é o forte dos tablets atuais. Jogar "a sério"? Bom, por enquanto eu passo, como também já abandonei jogos no smartphone, depois da animação inicial. O teclado do tablet é melhor que a dos smartphones apenas no tamanho, pois a tecnologia é a mesma (porcaria... para teclar). Para resolver isso existem os kits de teclado físico + case. Mas de novo, assim como no smartphone, essa solução atualmente é mais cara que um netbook.

Por outro lado, o tablet também não substitui os smartphones, porque não cabe no bolso e não são tão discretos. E não substituem totalmente os e-Readers, pelos motivos já vistos. Eles não substituem nada!

Mas eu quero um, para navegar no sofá enquanto vejo TV. Não tenho um tablet ainda por causa do preço, acho que deve se estabilizar em um nível de menos da metade do atual, isso falando dos equipamentos de marca. Em moeda de hoje, acho que R$ 600,00 seria um valor justo para um Xoom ou um iPad, mas o Xoom está custando aproximadamente 2.000,00 (com 3G)! Não preciso tanto assim, dá pra esperar.

4. Netbook
Produzir conteúdo ( principalmente textos, talvez planilhas) em trânsito, navegação web em trânsito, principalmente se envolver preenchimento de campos. É a máquina com teclado físico ideal para se carregar por aí. Geralmente roda qualquer aplicação mais leve de PCs convencionais, incluindo produtividade (Office e etc.).

Tenho uma implicância histórica com o termo "netbook", porque eu acho que não existe realmente necessidade de criar uma nova classe de máquinas. Ainda mais porque os netbooks atuais quase todos rodam os mesmos sistemas operacionais (geralmente Windows XP ou 7), e os mesmos aplicativos dos notebooks, além dos processadores x86 e 2 GB de RAM. Como diferenças está a falta do drive ótico e o tamanho menor da tela. Mas as telas iniciais de 7" passaram para 10,1" e está começando a se estabelecer o padrão de 12".  Acredito que as (poucas) diferenças entre netbooks e os notebooks menores vai começar a desaparecer, com a extinção geral dos discos óticos e a tendência de notebooks mais leves e finos.

Quando os netbooks usarem sistemas para nuvem (como o Chrome OS) esta situação mudará radicalmente, e o nome NETbook realmente fará mais sentido.

Regra geral para quem ainda tem dúvida entre netbooks e tablets: para navegar despreocupadamente no sofá ou na cama, o netbook não é bom, melhor um tablet. Mas se tiver que teclar muito, melhor o netbook. Idem para manipular dados.

5. Notebook
Praticamente qualquer uso para um computador pessoal. Produzir documentos, produtividade de escritório, navegar, emails, redes sociais, comunicação (video-chamada), ver algum filme casualmente (em viagem por exemplo). É "o computador" propriamente dito da maioria das pessoas, e tende a substituir progressivamente os desktops (até um limite).

Quer dizer, é um netbook maiorzinho ou um desktop transportável. De fato,  um notebook de 15,4 é quase um desktop! Desisti de tirar uma máquina dessas de casa, é pesado demais, grande.

Em geral um notebook oferece tudo que se precisa. O teclado, mouse e o vídeo podem não ser tão bons e ergonômicos quanto os dos desktops. Mas neste caso, ao contrário dos smartphones e tablets, é muito fácil plugar tudo isso nas USBs e na saída de vídeo, se necessário. É quase um desktop, só que com algumas poucas desvantagens, que para boa parte das pessoas é irrelevante.

6. Desktop
Profissionais que precisam de mais poder de processamento e gamers.

Bom, esse é o segmento mais difícil de defender hoje em dia. E basta ler a linha acima para ver que exclui quase todos os consumidores finais. A classe que mais se identifica como consumidor genérico é a dos gamers, mas até esses, em muitos casos, são melhor atendidos com um bom console.

Desktop é uma máquina que ocupa mais espaço (sem falar no emaranhado de cabos atrás), dá mais trabalho de manter (muitas atualizações, antivirus, backups), gasta mais energia, e se for usada da forma na qual se faz realmente necessária, é bem mais cara. Por exemplo, um bom PC para games sai mais caro no total que um console,  embora tenha algumas vantagens. Existem desktops mais baratos que consoles (e notebooks), mas eles são ruins para jogos. Já os notebooks para jogos (tipo Alienware) tem um custo/benefício muito pior que um bom desktop montado.

Defensores de PCs dirão que os gráficos são melhores que os de consoles e tem razão, mas gráficos de consoles high end são suficientes para a maioria.  Dirão também que o valor de cada jogo de console é maior, e isso é importante se alguém pretende comprar muitos títulos, mas comprando 3 jogos ... Também dirão que os controles do PC (teclado, mouse) são mais precisos em jogos de tiro, de estratégia, e etc, mas de novo mesmo tendo razão, nem sempre isso é motivo suficiente para todos. Resumindo, sim, PCs são a máquina ideal para uma certa parcela dos gamers, para a maioria no entanto isso não é necessário, e digo isso sendo eu próprio um PC gamer ...

Mas esquecendo por enquanto os jogos, se você quer editar vídeos, música ou gráficos, ou desenvolver software, ou rodar muitos programas de cálculos em massa, um desktop ainda é o mais indicado. Mas não qualquer desktop, para os dias de hoje pense em um Core i7 ou Phenon x6,  8 Gb RAM, discos de alta velocidade, placa de vídeo dedicada, etc.


Lendo isso tudo, mesmo não aceitando todos os argumentos, dá pra perceber que uma pessoa comum estaria mais bem servida como alguns, e não com UM destes equipamentos. Caso típico, a pessoa teria um smartphone (como não ter um hoje? é básico) , um tablet (para navegar casualmente na cama/sofá/transporte, questão de conforto apenas) e um notebook (tamanho normal de 14" ou 15", para os usos mais pesados), já são três tipos de dispositivos.

No meu caso atual, tenho smartphone, netbook (com o objetivo de ter um sistema operacional "normal" à mão, para poder criar documentos com eficiência, e não por causa da idéia do senso comum de "acessar a net") e desktop (jogos para PC e alguns usos técnicos). Tenho "mais ou menos" um notebook de 15,4" também, mas enquanto tiver os desktops percebi que na realidade não preciso de notebook. Por isso deixei este notebook ficar muito obsoleto, já tem mais de 4 anos, a bateria já se foi... quer dizer, eu praticamente não tenho notebook. Também não tenho tablet nem e-reader, mas estou na espera de uma oportunidade melhor. Então por enquanto também estou na marca de 3 tipos diferentes de máquinas, smartphone, netbook e desktop.

Então, qual destes 6 tipos de dispositivos é o ideal? Talvez todos ao mesmo tempo, e não é nenhum absurdo isso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Saberemos afinal se Steve Jobs é insubstituível ou não

Steve Jobs renunciou ontem da presidência da Apple. Neste momento, é a empresa com mais valor de mercado em TI. Ele pode dizer que está saindo por cima,  foi um bom momento, embora  lamentável que seja por problemas de saúde. A principal questão para os analistas é como será a Apple a partir de agora. Minha opinião é que nunca será a mesma coisa, mesmo que Tim Cook seja excelente. Sim, ele é insubstituível.

Não que não exista mais alguém com a mesma inteligência ou visão de futuro, existem muitos. Só que ele não é só isso, ele é uma combinação de outras características. A começar pela sua história na empresa. Fundou (junto com Wozniac), fez dar certo, foi demitido dela, voltou para salvá-la da falência e a colocou como número 1 em vários setores. Isso dá uma certa autoridade. Autoridade essa que ele usava ao seu estilo próprio, e que foi um dos motivos do sucesso da empresa, para o bem ou para o mal. Alguns funcionários reclamando de tirania, alguns consumidores reclamando de produtos muitos restritos (os usuários mais técnicos que não gostam de "caixas pretas", mesmo que sejam prateadas e com design premiado), mas no geral os funcionários (que sobravam, no estilo Tropa de Elite) estavam sintonizados com ele, e também estavam os consumidores fiéis. A mim incomoda um pouco esta "harmonia", todos aceitando o que é ditado pela Apple e em última análise, pelo próprio Jobs, por mais que ele esteja certo em alguns pontos. Prefiro o caos  e a diversidade da concorrência, várias opiniões, várias soluções, tudo isso se integrando com dificuldade, como nos PCs. Isso pode não ser tão limpo, bonito e eficiente, mas o resultado global é mais adequado ao que eu quero, ao que é mais conveniente, e por um preço mais justo.

Só que a Apple não faz sucesso tanto pelo racional, mas em grande parte pela emoção. É uma grife, as pessoas colam adesivos de maçã no carro, eles são fãs. As máquinas são montadas na Asia, terceirizadas na Foxconn por exemplo, no mesmo lugar em que se fabricam outras marcas nem tão idolatradas. O diferencial é a própria marca e mais um pequeno conjunto de características técnicas que eles tentam preservar a todo custo como patentes. Mas a idéia de um visionário por trás da inovação e da qualidade dos produtos faz parte do mito. Quem mais teria a mesma desenvoltura para dizer que o problema de projeto na recepção da antena do iPhone 4 era só um detalhe mínimo, distribuir umas capinhas de plástico e acabar com o assunto ali mesmo, com uma única apresentação? Sem Jobs na posição de comandante direto da empresa, parte deste mito acaba. Com isso a Apple vai aos poucos sendo mais uma, tendo que demonstrar qualidade e preços. Porque vou comprar um notebook de R$ 3000,00 da Apple, se posso comprar um da concorrência por R$ 1000,00 que fará a mesma coisa? Sem o carisma e liderança do Steve Jobs, a Apple terá que se esforçar cada vez mais para responder a esta dúvida.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagem do Google a Jorge Luis Borges

Um post para preservar o logo comemorativo aos 112 anos de Jorge Luis Borges, que está no ar hoje no site do Google:


A imagem homenageia o escritor argentino, já falecido, que completaria 112 anos hoje. O Google as vezes troca o logo padrão por um comemorativo, por um dia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

HP saindo de cena, Microsoft quer ficar com o espólio de guerra

Na semana passada saiu a notícia de que a HP pretende "dar shutdown" na área de computadores e dispositivos pessoais, incluindo o WebOS. Com isso os tablets com WebOS lançados a menos de 3 meses estão sendo liquidados por 99,00 dólares na maioria das grandes lojas, e já tem gente se perguntando se dá para instalar Android neles! :-)

A maioria dos sites e blogs de TI fica se lamentando pelo WebOS, relembrando os bons tempos da Palm, etc. Realmente é um fim melancólico. Sou do tempo do auge da Palm, tive dois PDAs, o IIIe e o V, e na época dispositivo de mão era sinônimo de Palm. O Palm na verdade foi feito com base num dispositivo fracassado da Apple, o Newton. Procure as fotos e compare, o mesmo conceito de reconhecimento de escrita com stylus, o mesmo formato, muda apenas o tamanho, pois o Newton estava mais para um tablet que para um PDA. Hoje a Palm teria levado processo de patente! Mas não levaram, e conseguiram criar um mercado que não existia, o dos computadores de mão, que seria a base dos smartphones. Esta última tendência do smartphones eles bem que tentaram e não conseguiram aproveitar, mas nunca achei que a Palm pudesse sumir tão rápido! Mas sobre o WebOS, que seria a retomada da empresa, eu jamais acreditei que ele pudesse deslanchar. Não pela qualidade do sistema, mas sim pela incapacidade da Palm, e depois da HP, de promovê-lo comercialmente e "criar o ecossistema" no ambiente atual, de competidores maiores e muito fortes em marketing e design.  A compra da Palm+WebOS pela HP foi particularmente sem sentido, foi muito caro, e deu em nada. E depois de tudo isso as ações da HP estavam despencando...

A separação da parte de PCs da HP, que deve incluir também notebooks e netbooks, também foi um resultado compreensível. Minhas duas experiências pessoais com produtos HP, um iPAQ e um notebook Pavillion, foram absolutamente frustrantes. Pela visão anterior altamente positiva que eu tinha da empresa, por ter usado osciloscópios e calculadoras HP no curso de engenharia elétrica (uma longa lista: HP 25, 11C, 15C, duas 41CV e já bem depois uma 12C, sendo que a HP 25 considero que foi meu primeiro computador, já era programável, e talvez um dos motivos de ter entrado nessa área), mas voltando, pela qualidade superior que vi neste produtos antigos, esperava muito da HP, e o que recebi foram produtos "genéricos", de qualidade média e frágeis,  além de praticamente sem suporte, sem continuidade e sem acessórios. Que não mereciam um logotipo HP! A parte das impressoras também foi decepcionante, tive duas, e comparando com a concorrência, eles deixaram muito a desejar. Enfim, computador pessoal jamais foi o foco da empresa, lembrando que foi a HP que rejeitou o projeto de computador pessoal do Steve Wozniac, que teve que fundar a própria empresa com o Steve Jobs para comercializar o Apple I... por acaso a empresa de maior valor de mercado no momento. Não fica claro se a parte de calculadoras, na qual a HP sempre fez um ótimo trabalho, irá junto, e espero sinceramente que não!  Os planos incluem focar em serviços e servidores, exatamente o que a IBM fez no passado com relativo sucesso (pelo menos não faliu). O irônico é que a Lenovo, que comprou a área de computadores pessoais da IBM, agora dá muito lucro.

Por fim vem a notícia que a Microsoft já está correndo atrás dos desenvolvedores órfãos do WebOS. Faz todo sentido assediar este pessoal, eles são essenciais para o sucesso de um sistema. Só espero que desta vez a Microsoft trate bem deles no longo prazo, proporcione compiladores e IDEs gratuitos, documentação online, facilidade de publicar na loja, etc, todo o contrário do que fez no passado com o Windows Mobile. A Microsoft talvez pegue estes programadores do WebOS, e quem sabe parte do mercado de dispositivos deixado pela HP, embora seja muito pouco.

Nos últimos tempos assistimos à morte de várias plataformas móveis. O Symbiam (que ainda está aí, mas já tem data para acabar), o Meego (não acabou oficialmente, mas depois da decisão da Nokia, agora é uma mera curiosidade) e o WebOS (idem). Continuo acreditando mais na polarização iOS x Android, apesar de ainda ter gente com fé no Windows Phone. Na corrida nós temos a Apple em primeiro, com uma solução completa e integrada de computadores, tablets, smartphones e nuvem. A Google está um pouco atrás, apesar do sucesso do Android, pois ainda falta consolidar o ChromeOS nos netbooks. A compra da Motorola, com o braço hardware e as parentes foi positiva no meu entender. E a Microsoft está dependendo do sucesso dos smartphones Nokia, de como o Windows 8 para ARM vai se integrar na solução completa e de colocar este sistema em tablets e netbooks.

Fonte:
http://www.hardware.com.br/noticias/2011-08/webos-microsoft-windowsphone.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Como rastrear seu notebook

Um consultor de segurança (ele se classifica como White Hat Hacker) teve seu Mac Book Pro roubado durante os tumultos de Londres. Invadiram o apartamento, reviraram tudo e levaram o notebook. A polícia foi ao local, fez a investigação padrão, mas sem resultado. Mas o hacker fez uso de uma ferramenta de rastreamento instalada na máquina, e conseguiu com esta simples medida recuperar o notebook e colocar o criminoso na justiça.

Leia o post com relato do incidente no blog do próprio Greg:
http://infosec20.blogspot.com/2011/08/why-you-dont-steal-from-hacker.html

E para facilitar, o link para o software de rastreamento, gratuito e open source, para Windows, Mac e Linux:
http://preyproject.com/

Ele inclusive mostra imagens do ladrão enquanto usava o computador, por meio da câmera. Uma lida rápida no post do Greg mostra que o procedimento não requereu tanto conhecimento técnico assim. É mais uma questão de atitude, de tentar prever o pior e utilizar as ferramentas que se tem à mão. Vou testar este produto.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Como montar cabos de rede

No ambiente doméstico as redes cabeadas estão caindo em desuso, pela conveniência de comprar um roteador wireless e poder distribuir o sinal pela casa toda. Mesmo quem se dispuser a cabear os pontos de PCs, faltaria o acesso para os smartphones e tablets. A rede WiFi resolve tudo. Apenas um cabo ethernet entre o modem e o router terá que existir, e esse cabo geralmente é fornecido pela operadora.  Um router WiFi bom (acabei de comprar um Linksys por R$ 62,50, para substituir um que queimou) talvez fique mais barato que um router comum + cabos. Ainda assim, pode ser necessário uma rede por cabo, em situações especiais em casa e principalmente no ambiente corporativo. Dentro da minha filosofia de não reinventar a roda, coloco abaixo um link para um artigo bem completo que achei sobre como montar um cabo ethernet.

Crimpando cabos de rede:
http://www.hardware.com.br/livros/redes/crimpando-cabos.html



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Google vai comprar a Motorola

Essa me pegou de surpresa. Se fosse a Microsoft comprando a Nokia seria mais esperado. Mas a notícia da Google já em negociação para comprar a Motorola (na realidade, a parte Motorola Mobility, a que é conhecida pelos consumidores finais) nem me passou pela cabeça. Em parte porque eu jamais vi a Google como uma empresa com pretensões na área de hardware, ou mesmo de produtos finais. Eu ainda via a empresa apenas como vendedor de espaço de propaganda, e todo o resto como um meio de viabilizar isso, incluindo o Android. Mas será que o lucro da Apple os fez ver este mercado como algo auto-suficiente em geração de receitas? Ou ainda é parte da estratégia inicial?

Está ficando cada vez mais óbvio que o controle do mercado de serviços passa pelos dispositivos móveis, e ficar apenas em um nicho é suicídio, pode-se perder tudo. Pelo menos enquanto as aplicações forem dependentes do sistema móvel em que vão rodar. Já existem idéias para vencer esta barreira, como o sistema móvel planejado pela Mozilla. Mas por enquanto, o sistema amarra os aplicativos, e estes amarram os serviços, pelo menos alguns deles, que acabam sendo diferenciais na escolha de um celular. O sucesso da Apple com smartphones e tablets e o desespero da Microsoft com o Windows Phone são os maiores exemplos disso.

Por outro lado, entre fabricantes de Android, a Motorola sempre foi o mais provável de ser adquirido. É uma empresa muito menor, comparada com Samsung ou HTC, portanto mais barata e fácil de comprar. E a Motorola só vive de Android, é o único sistema de smartphones da empresa atualmente, tem sua imagem totalmente identificada com o sistema. Ao mesmo tempo é justamente a que mais estragava a imagem do Android... Por isto mesmo, para o consumidor é uma excelente notícia. As implementações do Android pela Motorola deixavam a desejar. Eu falo como consumidor da empresa, com um ano de uso do Dext e quase 9 meses do Defy. O hardware é bom, mas o sistema operacional tem dois problemas: as customizações excessivas e a falta de atualização de versões. Caso a Google resolva estes dois problemas da Motorola, e para isso basta seguir a atual política com os Nexus, os Motorolas serão os melhores smartphones do mundo. E sem esquecer de desbloquear o bootloader... :-)

Qual será a próxima aquisição no mercado móvel? Será que agora a Microsoft se anima e compra a Nokia de uma vez? :-)

Fonte:
http://www.engadget.com/2011/08/15/google-acquiring-motorola-mobility/
Post no blog oficial da Google:
http://googleblog.blogspot.com/2011/08/supercharging-android-google-to-acquire.html

Update:  Além disso, a Motorola tem mais algumas patentes para usar na guerra de processos ...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

TI: Uma área para advogados

Já houve um tempo em que para se dar bem em TI era preciso fazer um curso de engenharia de computação ou análise de sistemas. Não mais, agora para chegar ao topo é melhor fazer direito. São estes profissionais que fazem a diferença. Basta acompanhar as últimas notícias sobre a gerra de patentes que assola o mercado. Ao que parece cada um dos principais players está processando e/ou sendo processado pelos outros, com acusações de todos os lados. Tudo isso leva à questão de que as patentes surgiram para incentivar a inovação e pelo abuso estão sendo usadas para amarrá-la, ou até que ponto se pode patentear idéias vagas e genéricas. Ou seja, quem se dá ao trabalho de patentear qualquer bobagem antes de todo mundo adquire uma arma depois, usada para barganha e extorsão. Ao invés de criar bons projetos, as equipes ficariam entrando com patentes sobre todos os mínimos aspectos de produtos, existentes ou não. E qualquer projetista estaria correndo o risco de, ao fazer um novo projeto, incluir algum desses aspectos inadvertidamente, sem nem saber, e ser processado ou coagido depois.

Para o consumidor isso é péssimo, pois favorece monopólios. E por outro lado, eu nunca vi citado nessas notícias, mas quem é que paga o custo de todos esses processos? Claro que é o consumidor final, que efetivamente acaba pagando tudo que é gasto no funcionamento de alguma empresa, seja na produção, marketing, departamento jurídico, ou até mesmo o cafezinho dos funcionários e os bônus e mordomias dos executivos. Depois reclamam que a China está dominando a fabricação de produtos eletrônicos. Eles também devem contratar menos advogados e abrir menos processos. Eu começo a torcer por eles.

Este não é bem o tipo de competição que eu gosto de acompanhar na área de tecnologia, mas de qualquer modo, não dá pra ficar alheio à realidade. Quem está com a razão em cada caso acho que dificilmente se saberá, estão todos jogando o mesmo jogo, e os acordos são feitos para encerrar as questões antes. Mas alguma coisa está muito podre nesse sistema.

Fonte:
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/08/apos-google-denunciar-complo-microsoft-rebate-criticas-pelo-twitter.html